Maioria dos guardas prisionais fez greve
Sindicato diz que a greve teve adesão superior a 90%.
A greve de sete dias dos guardas prisionais que terminou esta terça-feira às 10h00 teve uma adesão superior aos 90 por cento, segundo o Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP).
O presidente do SNCGP, Jorge Alves, disse à agência Lusa que a adesão à greve, que teve início a 2 de abril, foi superior a 90 por cento nos 49 estabelecimentos prisionais. Jorge Alves adiantou que em algumas prisões, como a de Sintra, Pinheiro da Cruz e Santa Cruz do Bispo, a adesão rondou os 100 por cento.
Durante os sete dias de paralisação, o ambiente nas cadeias "foi calmo", não tendo existido problemas de tensão entre os reclusos, uma vez que permaneceram mais tempo nas celas, afirmou o sindicalista.
Recluso agride quatro guardas
Segundo Jorge Alves, os incidentes ocorridos durante a manhã desta terça-feira na prisão de Paços de Ferreira, em que quatro guardas prisionais ficaram feridos e tiveram que receber tratamento hospital após terem sido agredidos por um recluso, não estiveram relacionados com a greve.
A paralisação, que afetou sobretudo as visitas aos reclusos, inseriu-se na contestação que o SNCGP está a realizar desde o início do mês de março para exigir a aplicação do estatuto profissional, que entrou em vigor há mais de um ano, e falta de resposta do Ministério da Justiça (MJ) às reivindicações, disse o presidente do sindicato.
Reivindicações dos guardas
Jorge Alves adiantou que os guardas prisionais exigem a regulamentação do horário de trabalho, progressões nas carreiras, aprovação dos novos níveis remuneratórios e pagamento do subsídio de turno para quem faz noites.
De acordo com o sindicalista, estes pontos estão previstos no estatuto profissional que entrou em vigor há mais de ano, mas ainda não foi posto em prática, e no orçamento para 2015 da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP).
Nova greve neste mês
No âmbito da contestação, o SNCGP já promoveu três vigílias e realizou entre 2 de março e 1 de abril uma greve aos turnos da noite e aos fins de semana.
O sindicato já agendou um novo período de greve entre os dias 16 e 19 de abril e uma vigília junto ao Ministério das Finanças, a 16 de abril.
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