Mais de 11 mil crianças sem médico de família
Centros de saúde algarvios têm falta de 38 clínicos. Barlavento é a zona onde problema é maior.
Os centros de saúde do Algarve têm falta de 38 médicos de família. A carência faz com que haja 11 792 crianças sem médico atribuído, incluindo 77 recém-nascidos. A Administração Regional de Saúde (ARS) garante que a região está a começar a atrair novos clínicos e espera que a taxa de cobertura venha a aumentar.
As maiores dificuldades fazem-se sentir no Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Barlavento, que abrange os concelhos de Aljezur, Lagoa, Lagos, Monchique, Portimão, Silves e Vila do Bispo. Aí faltam 27 profissionais, com 45 recém- -nascidos e 8061 crianças e jovens em idade pediátrica - até aos 18 anos - sem médico.
No ACES Central (Albufeira, Faro, Loulé, Olhão e São Brás de Alportel), há 26 bebés e 3440 crianças sem médico. Será necessário contratar mais 10 clínicos para garantir a cobertura de toda a população. No Sotavento, só seis recém-nascidos e 214 jovens não têm médicos de família, faltando apenas um clínico para a cobertura total.
A lei prevê que os recém-nascidos tenham médico atribuído de forma automática. Paulo Morgado, presidente da ARS, garante que os bebés que não estão inscritos em ficheiro de médico de família "têm atendimento nos centros de saúde, através de consultas de reforço de saúde infantil".
O responsável admite que a carência de médicos "é uma situação que não se resolverá num ano", mas há "uma progressiva melhoria das taxas de cobertura na região".
E, assegura, o Algarve "começa a ser apetecível para os médicos, o que, de certa maneira, nos vai possibilitar a resolução do problema mais cedo do que estávamos à espera".
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