Dominado fogo que chegou a envolver mais de 400 operacionais em Oliveira de Azeméis

Presidente da Câmara disse que "não há pessoas em risco".

26 de março de 2019 às 07:28
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O incêndio que lavrou desde as 03h30 desta terça-feira, no Pinheiro da Bemposta, em Oliveira de Azeméis, obrigou à evacuação de uma casa isolada e, pelas 17h30, mobilizava 423 operacionais, 127 meios terrestres e três meios aéreos, disseram fontes da proteção civil. Às 23h00 foi dado como dominado.

Presidente da Câmara

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O presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis disse que o incêndio se está a intensificar pelos ventos fortes e exigirá particular atenção às povoações durante a noite.

"Estamos com um problema muito sério para resolver porque o incêndio ficou com uma nova frente, em resultado dos ventos muitos fortes e da propagação para poente, e o fogo está a atingir uma dimensão muito grande, muito intensa, com os meios aéreos a concentrarem-se neste local", declarou à Lusa o presidente da autarquia e responsável pelo serviço local de Proteção Civil, Joaquim Jorge Ferreira.

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O autarca disse que "não há pessoas em risco", com o Comando Distrital de Operações de Socorro de Aveiro a confirmar que só foi evacuada uma habitação isolada destinada a armazenamento de alfaias agrícola, mas admite que a defesa da população irá implicar "atenção redobrada durante a noite, na tentativa de se antecipar a orientação do fogo e procurar garantir que ele não evolui para zonas habitadas".

Referindo que "continuam a chegar ao local diversos meios" de combate ao fogo, Joaquim Jorge Ferreira acrescenta: "Isto ainda está para durar".

Fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Aveiro afirmou à Lusa que, depois de o incêndio estar reduzido a uma frente ativa por volta das 10h00, ao início da tarde ocorreram reacendimentos e, pelas 15h00, estava a ser combatido em quatro frentes.

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A mesma fonte atribuiu aos "ventos muitos fortes" que se fazem sentir na região o agravamento da situação.

Fernando Maciel, segundo-comandante dos Bombeiros Voluntários de Oliveira de Azeméis, acrescentou que houve necessidade de evacuar uma habitação isolada, mas realçou que essa "não ardeu".

Já a fonte do CDOS referiu que o imóvel estava destinado "a lavoura, para guardar alfaias agrícolas".

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A equipa de combate ao incêndio já foi reforçada com mais bombeiros e meios, pelo que os 286 operacionais de serviço no local estão agora apoiados por 87 viaturas terrestres e três meios aéreos.

Ao início da tarde, o fogo estava a chegar à zona de Alviães, mas Fernando Maciel afirmou que "continua a não haver risco para a população".

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Na segunda-feira, a ANPC emitiu um aviso à população sobre o perigo de incêndio rural, devido à manutenção de temperaturas acima do habitual para a época e "acentuado aumento da intensidade do vento".

A ANPC avisa que o cenário meteorológico "traduz-se num aumento dos índices de risco de incêndio até quarta-feira, com condições favoráveis à rápida propagação de incêndios em todo o território continental", com níveis de risco elevado e muito elevado.

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) a temperatura máxima está acima dos valores normais para a época do ano, com valores entre 25ºC e 28ºC nas regiões centro e sul e entre 20ºC e 25ºC na região norte.

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Está previsto igualmente um aumento da velocidade do vento, do quadrante de leste, com rajadas até 40 km/h e rajadas até 65 km/h no litoral a norte do Cabo Mondego durante a noite e manhã de terça-feira, e no Algarve a partir do fim da tarde.

Face a estas previsões, a ANPC lembra que a queima de matos cortados e amontoados e de qualquer tipo de sobrantes de exploração está sujeita a autorização da autarquia local, devendo esta definir o acompanhamento necessário para a sua concretização, tendo em conta o risco do período e zona em causa.

A ANPC recomenda também a "adequação dos comportamentos e atitudes face à situação de perigo de incêndio rural, nomeadamente através da adoção das necessárias medidas de prevenção e precaução, na utilização do fogo em espaços rurais".

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Segundo IPMA, o concelho de São Brás de Alportel, no distrito de Faro, apresenta hoje risco máximo de incêndio e outros 22 estão em risco muito elevado.

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