Maria José Ritta nega ter jóia
Maria José Ritta, mulher de Jorge Sampaio, antigo Presidente da República, negou ontem, nas Varas Criminais de Lisboa, ter recebido um pendente de prata com pedras preciosas, datado do século XVIII, avaliado em 11 mil euros. A jóia teria sido uma oferta do Supremo Tribunal de Justiça, alega Ricardo Campos Cunha, principal arguido do processo de desvio de obras de arte. <br/><br/>
Ouvida como testemunha, Maria José Ritta ficou surpreendida com as questões levantadas pela procuradora do Ministério Público, afirmando que nem se recorda do nome da mulher do juiz conselheiro Nunes da Cruz. Ricardo Campos Cunha, que ontem não esteve no julgamento por estar doente, justificou a oferta, em tribunal, com a sólida amizade entre o casal Sampaio e Nunes da Cruz e a mulher.
Maria José Ritta negou igualmente ter recebido um relógio como oferta de Nunes da Cruz, e garantiu estar convicta de que o marido também não recebeu qualquer oferta. Recorde-se que, em depoimento escrito, Jorge Sampaio disse que não se recordava de ter recebido qualquer prenda do Supremo.
Maria José Ritta sublinhou que, enquanto mulher do Presidente da República, as prendas que recebia eram doces, alimentos típicos, bordados, livros e flores. Acrescentou que iria estranhar e guardar na memória se lhe fosse dada uma jóia.
Campos Cunha é acusado de ter desviado jóias e obras de arte no valor de 344 mil euros. O arguido reconheceu, entretanto, que se apropriou de bens avaliados em 93 mil euros. Entre os actos que rejeita está a compra de artigos na Cipriano Jóias, no valor de 37 mil euros. Dinheiro que foi gasto, afirma, em ofertas para o casal Sampaio e Marcelo Rebelo de Sousa.
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