Criança morre em naufrágio nos Açores

Duas pessoas estiveram desaparecidas ao largo dos Açores.

07 de maio de 2015 às 08:21
veleiro, Marinha Portuguesa, oceano Atlântico, Açores Foto: Marinha Portuguesa
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Uma criança francesa de seis anos morreu esta quinta-feira, não resistindo ao efeitos provocados pela longa permanência na água.

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A menor e o pai estiveram desaparecidos mais de sete horas no Oceano Atlântico, após a embarcação onde seguiam ter naufragado. Foram resgatados por volta das 09h30 desta quinta-feira, mas a criança não resistiu.

Nos últimos dois dias, a Marinha Portuguesa e a Força Aérea Portuguesa resgataram 14 pessoas de cinco veleiros que se encontravam a navegar a 500 milhas a sul dos Açores, depois de um pedido de auxílio devido às condições meteorológicas adversas, com ondas de dez metros.

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Em declarações à agência Lusa, o porta-voz da Marinha Portuguesa, Paulo Vicente explicou que as autoridades receberam cinco pedidos de auxílio durante a madrugada e dia de quarta-feira, de embarcações que navegavam a cerca de 500 milhas náuticas (930 quilómetros) a sul do arquipélago dos Açores.

"Devido às condições meteorológicas muito adversas que estavam no oceano Atlântico, uma depressão cavada a cerca de 500 milhas a sul dos Açores, várias embarcações pediram auxílio, houve cinco veleiros em que foi necessário evacuar os tripulantes, tendo os alertas começaram às duas da manha de ontem [quarta-feira], e prolongaram-se durante o dia", explicou Paulo Vicente.

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Sete horas desaparecidos

De acordo com o mesmo responsável, os cinco resgates já terminaram, tendo sido evacuados todos os tripulantes. Um veleiro francês com quatro tripulantes, um casal e dois filhos, acabou por naufragar, deixando duas pessoas desaparecidas durante largas horas.

Um navio mercante de Hong Kong prestou assistência ao veleiro, resgatando dois dos tripulantes enquanto o barco se afundava, por volta das 02h00 desta quinta-feira. "Dois dos tripulantes conseguiram entrar para o bote salva-vidas e os outros dois saltaram para a água", explicou Paulo Vicente.

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Por volta das 9h30 desta quinta-feira os dois desaparecidos foram salvos pelo mesmo navio mercante, numa operação coordenada pela Marinha Portuguesa, contou ao CM outro porta-voz da instituição. Uma criança acabou por morrer. 

Salvamento complicado

"A situação foi complicada, no meio do oceano, àquela distância, não há muitos meios que possam efetuar o salvamento. Houve vários navios que colaboraram, entre os quais o navio hospital espanhol 'Esperanza del mar'. A ondulação estava com cerca de 10 metros e ventos de 50 a 80 nós. É muito complicado", frisou Paulo Vicente.

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Em comunicado, a Marinha Portuguesa refere que a operação que envolveu o helicóptero EH-101 da Força Aérea Portuguesa (FAP) demorou cerca de 12 horas sob ventos na ordem dos 50 nós (cerca de 90 km/hora) e ondulação de 10 metros que "muito dificultaram a operação de resgate".

A operação de salvamento foi coordenada pelo Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Marítimo de Ponta Delgada (MRCC Delgada), em articulação com o Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Aéreo das Lajes (RCC Lajes).

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