Mata filha de GNR com arma do pai
"Não faças isso", gritou Fátima Cristina Afonso, implorando ao ex-namorado para não a matar. Mas Bruno Nocas, 30 anos, colou ao peito da mulher a pistola que roubara, meses antes, ao pai da vítima, comandante do posto fiscal da GNR da Banática, na Trafaria, Almada. Disparou, na casa do casal na Charneca de Caparica.
Fátima, 28 anos, estava grávida de seis semanas e morreu com um tiro no coração, a 21 de Novembro do ano passado, véspera da data da consulta que Fátima marcara para interromper a gravidez. Ele não aceitava o fim da relação, nem a decisão que ela tomara de abortar.
Bruno começou ontem a ser julgado no Tribunal de Almada, mas não quis falar ao colectivo de juízes. Luís Afonso, pai da vítima, não controlou as lágrimas. "Ele era como um filho para mim. No dia em que a matou, ela esteve a jantar em minha casa e a mãe ainda lhe disse para ela ficar. Foi um destino muito cruel", afirmou ao tribunal o militar.
Na noite do crime, Bruno foi visto por dois vizinhos a descer as escadas do prédio onde a vítima já vivia sozinha. Depois, quando se entregou no posto da Charneca de Caparica avisou: "Falta um". Referia-se ao pai de Fátima, que não matara. Ontem, Bruno passou a audiência olhar para o chão.
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