Médica "campeã do Ozempic" ficou em liberdade. Tem de pagar meio milhão de euros de caução
Graça Vargas tinha sido detida por suspeitas de um esquema fraudulento de prescrição daquele medicamento a utentes para fins de emagrecimento.
Graça Vargas, médica endocrinologista e apelidada de ‘campeã do Ozempic', ficou esta quinta-feira em liberdade depois de ter sido detida, esta quarta-feira, por suspeitas de um esquema fraudulento de prescrição daquele medicamento.
Apesar do Ozempic ser destinado a doentes com diabetes tipo 2, Graça Vargas prescrevia esta medicação aos seus utentes, numa clínica na Avenida do Bessa, no Porto, onde era diretora, para fins de emagrecimento.
De acordo com a investigação, este esquema durou 11 anos e levou a que milhares de medicamentos fossem comparticipados indevidamente. As autoridades revelaram que, pelo menos, dois mil utentes beneficiaram com este esquema. Os medicamentos, entre eles Victoza e o Trulicity, chegaram a ser comparticipados em 95%. No total, o Estado foi lesado em mais de três milhões de euros.
Ouvida esta quinta-feira em tribunal, a médica ficou proibida de se ausentar do País, de exercer funções, frequentar a clínica, contactar testemunhas e ainda obrigada a pagar, em 30 dias, meio milhão de euros de caução. A médica também ficou proibida de contactar com utentes não diabéticos a quem tenha prescrito fármacos.
Na sequência da operação 'Obélix' foram constituídos arguidos outra médica, um advogado e uma empresa.
Esta quarta-feira, a Polícia Judiciária do Porto realizou buscas na casa de Graça Vargas, tendo apreendido documentação e equipamentos informáticos. A Ordem dos Médicos já instaurou um processo disciplinar.
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