Metade das câmaras municipais não esteriliza animais
Associações avisam que falta de meios impede câmaras mais pequenas de criar centros.
Quase metade das 308 autarquias do País ainda não instalaram serviços para cuidar e esterilizar animais errantes, sobretudo cães e gatos. Segundo revelou à Lusa a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), existem 136 Centros de Recolha Oficial (CRO) que servem mais de 150 municípios. Desde que em 2018 passou a ser proibido o abate de animais errantes, as câmaras estão obrigadas a criar estes centros. No entanto, as situações são muito diversas nas várias autarquias.
"Há câmaras que nada fazem porque só estavam habituadas a recolher e abater, e há outras mais pequenas que me dizem que as verbas não chegam para tantos animais e por isso não têm meios", disse ao CM Maria do Céu Sampaio, presidente da Liga Portuguesa dos Direitos do Animal.
As autarquias sempre questionaram a introdução da proibição de abate sem estarem criados os meios necessários. Já num parecer de 2017 a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) aludia a essa preocupação e afirmava que havia o risco de "não haver espaço nem condições dignas para albergar os animais".
Apesar de tudo, tem havido uma melhoria da situação. Este ano, até agosto, mais de 130 municípios candidataram-se à campanha de apoio à esterilização de animais, tendo o Estado pagado 287 mil euros. Esta verba é mais do que os 250 mil euros financiados em todo o ano passado.
O apoio da DGAV consiste na atribuição de quantias fixas por cada esterilização: 15 euros para gatos, 35 euros para gatas, 30 euros para cães e 55 euros para cadelas.
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