Metade das câmaras municipais não esteriliza animais

Associações avisam que falta de meios impede câmaras mais pequenas de criar centros.

05 de setembro de 2019 às 08:22
Metade das câmaras municipais não esteriliza animais Foto: Direitos Reservados
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Quase metade das 308 autarquias do País ainda não instalaram serviços para cuidar e esterilizar animais errantes, sobretudo cães e gatos. Segundo revelou à Lusa a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), existem 136 Centros de Recolha Oficial (CRO) que servem mais de 150 municípios. Desde que em 2018 passou a ser proibido o abate de animais errantes, as câmaras estão obrigadas a criar estes centros. No entanto, as situações são muito diversas nas várias autarquias.

"Há câmaras que nada fazem porque só estavam habituadas a recolher e abater, e há outras mais pequenas que me dizem que as verbas não chegam para tantos animais e por isso não têm meios", disse ao CM Maria do Céu Sampaio, presidente da Liga Portuguesa dos Direitos do Animal.

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As autarquias sempre questionaram a introdução da proibição de abate sem estarem criados os meios necessários. Já num parecer de 2017 a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) aludia a essa preocupação e afirmava que havia o risco de "não haver espaço nem condições dignas para albergar os animais".

Apesar de tudo, tem havido uma melhoria da situação. Este ano, até agosto, mais de 130 municípios candidataram-se à campanha de apoio à esterilização de animais, tendo o Estado pagado 287 mil euros. Esta verba é mais do que os 250 mil euros financiados em todo o ano passado.

O apoio da DGAV consiste na atribuição de quantias fixas por cada esterilização: 15 euros para gatos, 35 euros para gatas, 30 euros para cães e 55 euros para cadelas.

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