Milhões de Angola lavados em Lisboa

Poderosos de Luanda suspeitos de branqueamento de capitais.

12 de janeiro de 2018 às 08:55
Manuel Vicente vice-presidente de Angola Foto: Vítor Mota
General Kopelipa, ex-chefe da Casa Militar da presidência, movimentou 70 milhões em Portugal Foto: Direitos Reservados
General Leopoldino investiu na Bolsa Foto: Direitos Reservados
Manuel Vicente Foto: Carlo Allegri/Reuters

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Milhões de euros de origem suspeita, na posse da cúpula do regime angolano, passaram nos últimos anos por bancos portugueses, num esquema que permitiu aos homens de maior confiança do ex-presidente José Eduardo dos Santos ‘lavar’ dinheiro em Portugal, com recurso a testas de ferro, para evitar a Justiça dos dois países.

Muitos destes montantes foram apurados na operação Fizz, quando magistrados e investigadores da Judiciária apreenderam documentos confidenciais no escritório do advogado Paulo Blanco.

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De acordo com a revista ‘Sábado’, esses documentos mostram que só o ex-vice-presidente Manuel Vicente recebeu 10 milhões por ano, de 2007 a 2010, da Sonangol. A compra de um apartamento por 3,8 milhões de euros, no Estoril, levantou suspeitas de lavagem de dinheiro.

Manuel Vicente está indiciado por corrupção – acusação que motiva uma guerra diplomática entre Lisboa e Luanda. Terá subornado o procurador Orlando Figueira para arquivar os processos que corriam contra si na Justiça portuguesa.

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O general Kopelipa, ex-chefe da Casa Militar do presidente de Angola, por seu lado, movimentou mais de 70 milhões em operações bancárias. Em parceria com a mulher, tinha mais de 20 contas entre Portugal e a Suíça.

E o general Leopoldino Nascimento também está envolvido no processo devido aos investimentos feitos na Bolsa de Lisboa com dinheiro de origem duvidosa durante os anos 90.

O julgamento do processo Fizz começa no próximo dia 22.

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