Ministério Público pede 25 anos para sete arguidos

Procurador sublinha o grau de violência e ilicitude de grupo acusado de matar empresário.

16 de novembro de 2017 às 11:25
João Paulo Fernandes, vítima, Máfia de Braga Foto: CMTV
Elementos do GIPS fortemente armados enquanto saíam as carrinhas do tribunal durante julgamento da Máfia de Braga Foto: Ricardo Jr
“Ia partir os dentes à minha mulher” Foto: CMTV
Paixão gay na máfia de Braga Foto: CMTV

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O Ministério Público pediu esta quinta-feira a pena máxima de prisão para os sete arguidos que estão detidos no âmbito do processo da 'Máfia de Braga'.

Na sessão desta quinta-feira do julgamento, a acusação pede 25 anos de prisão para os homens acusados do sequestro, homicídio e ocultação do cadáver do empresário João Paulo Fernandes, raptado em frente à filha menor em Braga.

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O procurador do Ministério Público concluiu esta quinta-feira as alegações finais, considerando que os arguidos agiram com elevado grau de "violência, ilicitude e culpa". 

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O processo conta com nove arguidos, sete dos quais em prisão preventiva. Estão acusados de raptar, matar e dissolver o corpo do empresário João Paulo Fernandes em ácido sulfúrico. 

Durante as alegações finais, que decorrem no Tribunal de São João Novo, no Porto, o procurador do Ministério Público (MP) classificou o crime "cruel e violento" de "uma elevadíssima ilicitude", sublinhando que "a violência" da conduta dos arguidos "é evidente".

"Sequestraram a vítima com intenção de o privar da liberdade, matando-o no dia a seguir ao rapto" disse o procurador.

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O MP destacou ainda que os arguidos planearam a morte com "muitos meses de antecedência", o que revela "a sua personalidade desviante".

O procurador pediu ainda pena suspensa para outros dois arguidos envolvidos no processo.

De acordo com a acusação do MP, a que a Lusa teve acesso, aqueles sete arguidos "organizaram-se entre si, criando uma estrutura humana e logística, com o propósito de sequestrar um empresário de Braga, de o matar e de fazer desaparecer o seu cadáver".

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Com isso, pretendiam "impedir de reverter um estratagema" mediante o qual o património dos pais da vítima fora passado para uma sociedade controlada por dois dos arguidos, refere a acusação.

Na execução daquele propósito, e depois de terem monitorizado as rotinas da vítima, quatro dos arguidos dirigiram-se, em 11 de março de 2016, a Braga, em dois carros roubados no Porto, numa empresa de comércio de automóveis, sustenta o MP.

"Abordaram o empresário por volta das 20h30, meteram-no no interior de um dos veículos automóveis e levaram-no para um armazém em Valongo, onde o mataram por estrangulamento, acabando por dissolver o cadáver em 500 litros de ácido sulfúrico, já noutro armazém, sito em Baguim do Monte", realça a acusação.

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Segundo o MP, "os crimes imputados aos arguidos são, além de extremamente graves, complexos e de difícil investigação, sendo sabido que os seus agentes procuraram dificultar e perturbar a ação policial, escondendo, destruindo e complicando as provas necessárias à descoberta da verdade, o que aconteceu de forma flagrante, em que os arguidos fizeram desaparecer o corpo da vítima".

No âmbito desta investigação, o Gabinete de Recuperação de Ativos da Polícia Judiciária (PJ) arrestou e apreendeu ativos no valor de aproximadamente um milhão de euros.

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A investigação, segundo esta força policial, "visou identificar, localizar e apreender património financeiro e imóvel no montante de cerca um milhão de euros que se encontrava em 24 aplicações financeiras, distribuídas por dez instituições bancárias e património imobiliário na titularidade ou domínio e benefício dos visados".

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