MORREU AOS 17 ANOS

Poucos minutos depois de encerrado um domingo dedicado em todo o país à ‘Memória’ das vítimas de acidentes rodoviários, o jovem José Pinto – que conduzia um Honda Civic, cujo registo de propriedade se encontra em nome do pai – terá sido vítima de excesso de velocidade, com a agravante do piso se encontrar bastante escorregadio.

Segundo foi possível apurar, o jovem, que circulava sem cinto de segurança, teve morte imediata, mas nem isso impediu as críticas dos populares à assistência prestada à vítima, porque só depois da chegada da equipa do INEM foi solicitado o desencarcerador dos Bombeiros Voluntários de Guimarães.

“Por acaso, o rapaz já estava morto e de nada podiam valer os médicos ou os enfermeiros, se não bem que ele morria dentro do carro, sem que ninguém o pudesse tirar de lá”, comentou o merceeiro Arnaldo Salgado, que chegava a casa quando deparou com a viatura acabada de embater na árvore.

O acidente ocorreu pelas 0h40, à saída de uma curva acentuada, em Serzedo, numa zona ascendente da estrada. José Pinto, que conduzia o carro “muitas vezes”, tinha acabado de levar a namorada a casa, regressando para a residência dos pais, em Fareja, no concelho de Fafe, onde vivia há dois anos.

O Honda Civic embateu com o lado direito num cedro centenário, onde era visível uma parte de casca polida. O impacto destruiu um sinal de trânsito e o reclamo luminoso da farmácia local.

“O carro ficou todo amolgado, de tal maneira que eu, que vinha no sentido contrário, nem o conseguia ver, porque a árvore quase o tapava todo”, descreveu Arnaldo Salgado, acrescentando que a chapa do lado direito do carro ficou a cerca de meio metro da porta do condutor.

CRÍTICAS AOS EXCESSOS DOS JOVENS

O acidente ocorreu mesmo em frente à Casa do Povo de Serzedo e da farmácia local, onde ontem se multiplicavam os comentários sobre o acidente fatídico, perante as suas marcas evidentes.

Armando Pereira revelou que se encontrava acordado à hora do acidente e que comentou com a mulher o facto de ter passado na estrada um carro em alta velocidade, tendo pouco tempo depois ouvido um grande estrondo, que confirmou logo depois ter-se tratado de um acidente mortal.

Por seu turno, uma senhora com cerca de 60 anos não se coibiu de condenar “os excessos dos jovens” e realçar que “o maior problema é quando, além dos riscos para ele próprios, levam os outros à frente”, lembrando uma situação recente onde temeu pela vida na estrada e garantindo que “se pudesse saía do carro e dava-lhe uma coça”.

EVENTUAIS CAUSAS SO ACIDENTE

TRAVÃO

Arnaldo Salgado entende que José Pinto terá dado “um cheirinho de travão e o carro fugiu-lhe de traseira e foi direito à árvore”.

GEADA

“É muito azar morrer a poucos metros de casa, num sítio que ele conhecia bem e que ganha geada facilmente”, disse Salgado.

NIC-BT

As causas do acidente que vitimou José Pinto estão a ser investigadas pelo Núcleo de Investigação Criminal da BT.