Morte sem culpados
Processo judicial está parado e família de Rúben vive com dificuldades
Há 10 anos, a queda de um muro no Complexo Desportivo da Batalha roubou a vida a Rúben André Rodrigues Pinto, de 11 anos.
A criança estava a festejar a vitória num torneio de futebol da equipa onde jogava (Sport Lisboa e Marinha), quando tentou saltar um muro e este lhe caiu em cima.
Quem assistiu à tragédia ainda recorda todos os pormenores. "Uma das imagens que tenho é do pai a pegar o filho ao colo e dizer: ‘O meu campeão morreu’. Estávamos todos do outro lado. Se o muro caísse para o lado contrário, a equipa tinha morrido toda, incluindo eu", recorda Steve Grácio, de 21 anos, colega de equipa de Rúben. Apesar de terem passado 10 anos, nada se resolveu: o caso seguiu para tribunal e foram vários os arguidos, mas não houve culpados. "Neste momento sabemos que o processo está parado e queremos justiça. Não vou voltar a ter o meu filho, mas quero que sirva de exemplo para outros casos", diz Maria José, mãe de Rúben. Sem apoios, a família da criança tem passado tempos difíceis.
A única ajuda que tiveram foi com o funeral, pago pelo presidente da Câmara da Batalha em 2003, António Lucas. "Sei que houve um psicólogo que esteve no funeral, mas nunca mais o vi nem sei quem é essa pessoa", diz Maria José. O irmão mais novo de Rúben, na altura com cinco anos, foi um dos mais afetados com a tragédia. Sem dinheiro para pagar um psicólogo, a mãe recorreu ao técnico da escola, "mas as aulas acabaram e ele está sem apoio".
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