Nossa Senhora pelos pobres
Num ano da graça de Nosso Senhor, no século XVII, quando os operários escavavam os caboucos da nova casa do alcaide-mor de Lisboa, Conde de Monsanto, no Largo do Poço do Borratém, aconteceu o milagre: entre as pazadas de terra surgiu uma Imagem de Nossa Senhora.
A tradição popular logo a invocou como Nossa Senhora da Pobreza. E o alcaide-mor entendeu levar a Imagem para a Igreja de Santa Cruz do Castelo. Com ela foi o culto, que ainda hoje se mantém.
A imagem original perdeu-se no terramoto de 2 de Novembro de 1755 e o culto simbolizou-se, então, na actual representação: uma Nossa Senhora da Conceição, também simples – talvez demasiado para o gosto barroco da época, o que reforçou a invocação de Nossa Senhora da Pobreza. Hoje, os católicos festejam a Epifania do Senhor (revelação aos homens). A Imagem da Nossa Senhora, assim como a do Menino Jesus, sob o pálio, sai em procissão, às 16 horas, pelas ruas do Bairro de Santa Cruz do Castelo. A primeira da cidade, em cada ano.
CULTOS MARCANTES
“Quando iniciámos, em 1994, a recuperação da Igreja de Santa Cruz do Castelo, quisemos também restaurar os cultos a ela associados”, conta Jorge Teles, responsável pela procissão.
“Nesta igreja, são marcantes e marcados por procissões três pontos altos da vida de Jesus: este da Epifania, a do Senhor da Boa Morte, na sexta-feira Santa, e a de Santa Cruz e S. Jorge, no final de Maio, que assinala a ressurreição e vitória de Jesus”, acrescentou aquele professor de História.
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