"O Goebbels": Escutas tramam Sebastião Bugalho na ‘Operação Tutti-Frutti’

Conversas telefónicas revelam proximidade do eurodeputado a antigos deputados do PSD quando era jornalista.

29 de maio de 2025 às 01:30
Sebastião Bugalho Foto: TIAGO PETINGA/LUSA
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Sebastião Bugalho, eurodeputado do PSD, foi apanhado em dezenas de escutas telefónicas, na ‘Operação Tutti-Frutti’, entre 2017 e 2018. Como jornalista, foi escutado a articular textos para os jornais ‘i’ e ‘Sol’ com dois antigos deputados do PSD, segundo revelou a revista ‘Sábado’.

Um dos casos acompanhados pela investigação do processo diz respeito a uma entrevista feita por Sebastião Bugalho, em setembro de 2017, a Luís Newton, presidente da Junta de Freguesia da Estrela, em Lisboa. As escutas telefónicas revelam que o conteúdo da conversa terá sido editado por Sérgio Azevedo, antigo deputado do PSD, um dos acusados no processo. O próprio Sebastião Bugalho fez questão de dizer que cortou uma parte em que Luís Newton elogiava António Costa. “Até parecia um gajo do PS”, comentou na altura.

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Depois de ter partilhado o conteúdo da conversa com Sérgio Azevedo, este fez votos de que, um dia, “a gente vai tomar conta do País”. E que, neste contexto, Sebastião Bugalho seria o “nosso ministro da Propaganda”. Ao que o jornalista respondeu: “O Goebbels”, numa referência ao antigo ministro da Propaganda nazi, entre 1933 e 1945, Joseph Goebbels.

Contactado pela revista, Sebastião Bugalho referiu “estranhar a repetida tentativa” de o “associar a um processo no qual não fui ouvido, arguido ou acusado”.

Sobre o conteúdo da escuta, Sebastião Bugalho disse: como jornalista, “em algumas situações, devido ao barulho na gravação ou, como na pandemia, ao uso da máscara, procurei sempre confirmar as declarações dos entrevistados, enviando-lhes o texto. Fiz isto com várias pessoas de vários partidos”.

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