Rui Pinto em tribunal: “31 anos, desempregado”. Conheça o perfil completo do hacker

Conheça o passado do 'hacker' português julgado no caso Football leaks.

04 de setembro de 2020 às 08:28
Rui Pinto Foto: David Cabral Santos
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É o nome que está nas bocas do mundo e que trouxe a público alguns dos maiores escândalos internacionais no mundo do futebol, mas também da política e economia mundial: Rui Pinto.

Um jovem tímido e reservado, nasceu em Mafamude, Vila Nova de Gaia, a 20 de outubro de 1988. Começa esta sexta-feira a ser julgado no caso do Football Leaks e da alegada tentativa de extorsão ao fundo internacional da Doyen, a pouco mais de um mês antes de cumprir 32 anos.

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Cresceu na zona da Praia dos Pescadores, no seio de uma família humilde. É adepto ferrenho do FC Porto (não tivesse ele morado próximo de outra figura incontornável do FC Porto, Fernando Madureira) mas, segundo contou o pai do jovem ao Correio da Manhã, não é de todo presença assídua no Estádio do Dragão.

Estudou História na Faculdade de Letras da Universidade do Porto e, entre 2012 e 2013, faz Erasmus em Budapeste, Hungria, cidade que acaba por o conquistar e onde se fixou a partir de 2015.

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Aprendeu sozinho a dominar o mundo da informática, da web, mas também da pirataria, do acesso ilegítimo a documentação protegida. Desde cedo mostrou que tinha grandes capacidades nesta área. Logo em 2013 faz o primeiro ‘golpe’.

Aos 23 anos, ataca o Caledonian Bank, com sede nas ilhas Caimão, e acede às contas de vários clientes, retirando 270 mil euros. Foi apanhado e acabou por negociar o perdão com a instituição bancária, através de um acordo extrajudicial , que terá passado por devolver a totalidade ou parte do montante retirado ao banco, que também não queria escândalo perante uma fragilidade do seu sistema informático.

No caso pediu ajuda ao advogado Aníbal Pinto para o defender. Astuto e muito inteligente, instalou-se definitivamente na Hungria, beneficiando da falta de cooperação com as autoridades portuguesas. O mesmo advogado viria a ver-se envolvido no caso Doyen, antes da divulgação dos documentos protegidos e privados na página Football Leaks.

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O 'John' do Football Leaks que dasafiava as autoridades

Na primeira entrevista sobre o caso Football Leaks, ao der Spiegel, identificava-se como 'John' (uma espécie de nome de código). Mas passados cerca de dois anos já era impossível esconder a sua identidade e acabou por assumir a sua ligação ao site.

Sempre com as autoridades no encalce, nunca perdeu o espírito de desafio para com a polícia. "PJ estão à minha procura? LOL apanhem-me se puderem…", escreveu nas redes sociais em 2018.

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Veste a pele de 'Herói ou Vilão?' como ninguém, aliás, é o próprio que diz considerar-se uma espécie de Robin dos Bosques dos tempos modernos. Rejeita as etiquetas de 'hacker' ou 'pirata informático', diz que prefere "denunciante" e refere Assange ou Snowden como algumas das suas maiores referências.

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