Oficiais da PSP reclamam mudança na lei da droga
Presidente do sindicato que representa a classe defende fim da exclusividade da Polícia Judiciária na investigação do tráfico internacional.
Os oficiais da PSP querem uma mudança urgente na Lei da Organização de Investigação Criminal (LOIC), que permita acabar com a exclusividade da Polícia Judiciária (PJ) na investigação de processos de tráfico internacional de droga. Bruno Pereira, presidente do Sindicato Nacional de Oficiais da PSP (SNOP), defende mesmo a atribuição do papel de coordenação dos inquéritos de tráfico a um organismo externo às polícias (PSP, GNR e PJ), que pode ser o Sistema de Segurança Interna, ou o próprio Ministério Público.
Bruno Pereira reconhece, "acima de tudo", a "importância de todas as polícias no combate ao tráfico de droga". No entanto, as estatísticas mostram, defende, "a supremacia da PSP no volume absoluto de apreensões". Exemplo disso, avança, foi a recente megaoperação de combate ao tráfico internacional de droga que, no mês passado, levou à detenção de sete pessoas (todas em preventiva) e à apreensão de 5800 quilos de haxixe (a maior de sempre da PSP) e ainda 580 mil euros, 21 telemóveis, duas metralhadoras e várias lanchas rápidas.
Por isso, avança Bruno Pereira, urge mexer na LOIC. "A lei é de 1995, quando a investigação criminal estava a dar os primeiros passos na PSP e GNR. Já não faz sentido, 30 anos depois, dar primazia à PJ na investigação ao tráfico internacional. Seria mais eficaz um trabalho de coordenação entre todos, sabendo que Portugal é um alvo apetecível para a cocaína sul-americana e o haxixe africano", concluiu o presidente do SNOP.
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