Operador da Força Aérea deteta traineira com droga em operação de rotina

Militar suspeitou de manobras de embarcação sem aparelhos de pesca. Carregava 1,6 toneladas de haxixe.

19 de janeiro de 2018 às 18:38
Operador de radar da Força Aérea Portuguesa Foto: Pedro Catarino
Haxixe apreendido no Algarve Foto: Luís Forra/Lusa

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A operação que permitiu apreender 1.600 quilos de haxixe numa traineira, no Algarve, deveu-se à "perspicácia" do operador da Força Aérea que sobrevoava o local durante uma vigilância de rotina, disse o porta voz daquele organismo militar.

A operação, que decorreu durante a madrugada desta sexta-feira, teve início depois de um operador de uma aeronave da Força Aérea, em missão de vigilância, ter desconfiado do aspeto e das movimentações de uma traineira, detetada ao final da tarde a 30 milhas a sul de Faro, sem aparelhos de pesca visíveis.

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"Foi um feliz acaso, o nosso operador teve, como se costuma dizer, um 'feeling'", disse aos jornalistas Bernardo da Costa, considerando que foi a "perspicácia" do operador que permitiu que a operação, que viria depois a ser coordenada pela diretoria do Sul da Polícia Judiciária (PJ), tivesse início.

Depois da aproximação ao alvo, a Força Aérea fez cerca de cinco horas de voo para acompanhar o trajeto da embarcação, até às 22h30, sem que os dois homens que seguiam a bordo se apercebessem de que estavam a ser seguidos, acrescentou.

Em conferência de imprensa nas instalações da PJ de Faro, o porta voz da Força Aérea explicou que a vigilância foi feita através de sensores que permitem seguir os alvos, sem que os vigilantes sejam vistos, a grandes distâncias e altitude.

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Além da PJ e da Força Aérea, a operação envolveu também a Unidade de Controlo Costeiro (UCC) da GNR, que seguiu a embarcação suspeita por mar, e a Polícia Marítima, que fez depois a abordagem com um elemento da PJ.

Segundo o comandante do destacamento de controlo costeiro da GNR de Olhão, Bruno Cordeiro, a embarcação foi acompanhada através de meios de vigilância noturna e, depois, através dos radares fixos que existem ao longo da costa e da captura de imagens através de câmaras.

O comandante da Polícia Marítima do Sul, Nuno Cortes Lopes, referiu que a abordagem foi "muito rápida", decorrendo "sem grandes dificuldades", com os tripulantes a serem "completamente surpreendidos" pelas autoridades.

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Depois de uma revista à embarcação, que está alegadamente registada em Huelva, no sul de Espanha, a polícia encontrou os 56 fardos de droga nos porões.

O diretor da PJ de Faro, Luís Mota Carmo, referiu que o transporte de droga em traineiras "não é caso único", acrescentando que o rumo da embarcação indiciava que haveria um descarregamento na zona da Armona, frente a Olhão, o que não se concretizou.

Durante a operação foram detidos dois homens, um cidadão espanhol, com 53 anos, já referenciado pelas autoridades espanholas pelo mesmo tipo de crime, e um cidadão marroquino, de 22 anos.

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Os detidos vão agora ser presentes à autoridade judiciária competente para a aplicação de medidas de coação.

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