Padre de Pedrógão chora a perda de paroquianos
Júlio Santos chorou num café da terra após os seis primeiros funerais.
Perdeu pelo menos 30 paroquianos. E foi um dos primeiros a levar apoio a quem precisava em Pedrógão Grande. Na quarta-feira de manhã, o padre Júlio Santos estava em recolhimento na igreja matriz. Rezava ajoelhado no último banco, junto à porta aberta.
Quando terminou falou com o CM, que o abordou à saída. Mas disse pouco, embrenhado nos problemas dos outros, a tentar perceber como ajudar ainda mais a comunidade enlutada. E voltou a recolher-se. Algo estava errado. Sem batina, quem não o conhecesse não saberia que era padre.
Num café próximo, explicam: "Ele também é humano e ontem [anteontem] foi-se abaixo. Já depois dos funerais [os primeiros seis]. Estava sentado numa cadeira e começou a chorar, num pranto como nunca tinha visto."
Conta quem assistiu que a ajuda acabou por chegar, vinda de um capelão da Marinha, entretanto alertado por amigos do padre. O pároco voltou a casa e continua agora a sua missão mais difícil de sempre.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt