Pérolas em ostras algarvias
Três investigadores que estavam a fazer um levantamento das espécies de ostras existentes no Algarve encontraram pérolas. Mas o CM apurou, que este não é um caso único: um aquacultor da ria de Alvor também foi surpreendido com a descoberta de uma pérola, no passado Verão.
"Estava a comer uma ostra da minha produção quando, de repente, senti uma coisa dura na boca. Ainda pensei que tinha partido um dente", relata Octávio Parreira, que se dedica há 10 anos a cultivar este bivalve, que depois exporta para França. "Nunca tinha encontrado qualquer pérola antes", garante.
A existência de pérolas em ostras no Algarve é confirmada pelos investigadores Frederico Batista e Ana Grade, da Estação Experimental de Moluscicultura de Tavira do Instituto de Investigação das Pescas e do Mar, e por Deborah Power, do Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve. No ano passado, recolheram 756 ostras sel-vagens, nas rias de Alvor e Formosa e no rio Guadiana, e descobriram quatro pérolas com o diâmetro inferior a 2 mm numa única ostra, e uma pérola com 5 mm e 190 mg de peso numa outra.
Segundo a Universidade do Algarve, "o fenómeno é muito raro", adiantando que se trata de "algo que nunca tinha sido observado nos últimos dez anos".
As pérolas encontradas cresceram de forma natural no organismo das ostras, mas este poderá ser o ponto de partida para a investigação sobre o potencial da produção de pérolas de cultura, através da indução de partículas em ostras.
Os investigadores não revelam o local onde efectuaram o achado, para evitar que alguém dizime ostras só para tentar encontrar pérolas. Alguns dos exemplares descobertos foram enviados para a Universidade de Cambridge (Inglaterra), para ser averiguada a sua composição e o que esteve na sua origem. n
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