PGR abre inquérito a procuradores que partilharam desabafos num grupo do whatsapp

Presidente do Sindicato dos Magistrados do MP confirmou que um dos visados pediu apoio judiciário à estrutura sindical

09 de julho de 2025 às 18:01
PGR investiga procuradores por mensagens num grupo WhatsApp Foto: Silas Stein/AP
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A Procuradoria-geral da República (PGR) abriu um inquérito disciplinar a um conjunto de magistrados que partilhou vários desabafos sobre os motivos da greve, recentemente decretada, num grupo de whatsapp fechado.

Um dos elementos do grupo terá, a certa altura, segundo informações recolhidas pelo NOW, apelidado o vice-procurador geral da República, Paulo Morgado de Carvalho, de "besta". Certo é que a troca de mensagens chegou à cúpula do Ministério Público, que ordenou a instauração de um inquérito disciplinar.

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Um dos envolvidos, apurou o NOW, foi ouvido nos últimos dias na PGR. E o presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Púiblico, Paulo Lona, confirmou que o colega solicitou apoio judiciário ao sindicado. "Quanto ao resto, desconheço em concreto o assunto", declarou Paulo Lona.

A greve dos procuradores da República está a cancelar julgamentos e a paralisar vários tribunais do país, com uma adesão que rondará os 90% a nível nacional, indicou o presidente do Sindicato Magistrados do Ministério Público (SMMP), Paulo Lona.

Em causa está o aviso de abertura do movimento de magistrados do MP, publicado em 4 de junho em Diário da República, que inclui lugares a ocupar pelos procuradores, a partir de setembro, em vários departamentos e tribunais em simultâneo.

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A Procuradoria-Geral da República tem justificado a opção com a necessidade de "otimizar os recursos existentes", num "contexto de reconhecida e notória carência de recursos humanos".

Segundo fonte do MP, na Comarca de Leiria a adesão à greve situa-se entre os 75% e 80%, estando contabilizados dados de Figueiró dos Vinhos, Nazaré, Pombal, Ansião, Porto de Mós, Marinha Grande e Leiria (Comércio, Execuções, Crime, Trabalho, Família e Menores, Cível, departamentos de Investigação e Ação Penal e Instrução).

Ficaram por realizar julgamentos nos juízes centrais e locais criminais, debates instrutórios e tentativas de conciliação em acidentes de viação, além de diligências designadas por procuradores da República. Este protesto, convocado pelo SMMP, continua na quinta-feira e prevê ainda a realização de paralisações regionais na sexta-feira, e nos dias 14 e 15.

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