Presos recusam jantar devido a greve geral de guardas na cadeia de Lisboa
Reclusos de duas alas da prisão fizeram 'levantamento de rancho' na terça-feira. Anulação de visitas devido à greve originou o protesto.
Dezenas de presos de duas alas (A e B) da cadeia de Lisboa, a maior do País, recusaram-se a jantar na noite de terça-feira, ao perceberem que iam ficar sem visitas de familiares devido à greve geral de guardas que esta quarta-feira se inicia naquele estabelecimento prisional.
Os reclusos que aderiram ao 'levantamento de rancho' (recusa de tomar as refeições no refeitório da prisão), deveriam ter visitas entre esta quarta-feira e o próximo domingo. Os serviços mínimos definidos para a paralisação convocada pelo Sindicato Nacional da Guarda Prisional (SNGP), no entanto, não permitem a realização dessas visitas. Por isso, os presos ficarão sem comida e sem roupa lavada que os familiares normalmente lhes entregam durante esses contactos.
O ambiente tenso, que se propagou a toda a prisão, levou, sabe o CM, a que o subdiretor-geral dos Serviços Prisionais se deslocasse, na manhã desta quarta-feira, à prisão de Lisboa. Chegou a ser ponderada a ativação do Grupo de Intervenção dos Serviços Prisionais (unidade de elite especializada em contenção de distúrbios nas cadeias), mas tal não irá, para já, acontecer.
Frederico Morais, presidente do SNGP, sindicato que convocou a paralisação, disse ao CM que atribui "a culpa desta situação à diretora da cadeia de Lisboa, já que a mesma não aceitou as sugestões dos representantes sindicais na cadeia de concentrar todas as visitas às segundas e terças-feiras, dias em que a paralisação marcada até final do ano não irá ocorrer".
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