Principal suspeito a monte

Bruno ‘Pida’ tem 30 anos e é natural da Ribeira do Porto. Lidera um grupo de seguranças – suspeitos dos homicídios de Aurélio Palha e Ilídio Correia – e está actualmente a monte. A Polícia Judiciária acredita que estará escondido algures no Grande Porto, juntamente com outros elementos do mesmo grupo, identificados pelas testemunhas na altura dos disparos.

06 de dezembro de 2007 às 00:00
Principal suspeito a monte Foto: d.r.
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‘Pida’ e os restantes suspeitos das mortes na noite do Porto eram amigos de infância de Ilídio Correia. Os dois irmãos mais novos do cabo-verdiano assassinado, que lideravam o grupo de Miragaia, cresceram juntos com alguns dos membros do chamado grupo da Ribeira quando as duas zonas gozavam de maior tranquilidade. Os meandros do mundo da noite, em que cada gang luta pelo seu território, terão afastado as duas facções.

De acordo com o perfil pessoal colocado no Hi5 – onde ‘Pida’ surge com uma arma na mão – os seguranças da ribeira partilham o gosto pela música latina, hip-hop e electronic. A vida do rapper norte-americano criado pela mãe prostituta – o nome 50 Cent foi inspirado num garoto que fazia assaltos em Brooklyn – surge quase como uma inspiração para estes dois grupos. Num vídeo pode ver-se alguns jovens a cantar um hino à violência.

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Esquecida a amizade, os familiares de Ilídimo Correia, o último segurança assassinado, admitem pedir protecção policial. Para tentar evitar o que acreditam ser inevitável: mais um confronto dos gangs, que poderá provocar novo derramamento de sangue. Segundo o CM apurou, familiares da vítima terão recebido outras ameaças de morte nos últimos dias por SMS, tal como já tinha acontecido dias antes do assassinato de Ilídimo Correia. O próprio queixou-se disso à PJ, sentindo que o ‘seu’ dia se aproximava.

Em Lisboa, a morte do proprietário do bar o Avião, José Gonçalves, que foi ontem a enterrar em Odivelas, continua por esclarecer. Neste caso ganha cada vez mais força a tese de crime passional, estando quase afastada a hipótese de retaliação por negócios ligados à noite. Um crime que acaba por se distinguir dos ocorridos no Porto, mas que dada a violência – o empresário foi vítima de explosão dentro do seu carro – causou alarme social.

AUMENTO DA CRIMINALIDADE

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O director da PJ, Alípio Ribeiro, afirmou ontem à Lusa que se assiste a uma “criminalidade violenta a que não se estava habituado associada aos negócios da noite” e admitiu existir agora “um contexto favorável a esse tipo de crimes”. Na terça-feira, o procurador-geral da República manifestou-se “preocupado” com a forma “mais profissional” como se tem vindo a cometer os crimes violentos em Portugal, numa alusão ao homicídio de domingo do proprietário do bar a avião.

MORTE DE ‘GAIATO’

As suspeitas de autoria do homicídio de Nuno ‘Gaiato’ recaem sobre o braço-direito de Aurélio Palha, o segurança Alberto. ‘Gaiato’ foi morto com um tiro na cabeça a 13 de Julho no bar El Sonoro.

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AURÉLIO PALHA

Tudo indica que o empresário da noite Aurélio Palha foi morto por engano e que os disparos à porta da discoteca Chic, vindos de um veículo escuro em andamento, eram para matar o segurança Alberto.

TESTEMUNHAS

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Várias testemunhas dizem ter visto os elementos do gang da Ribeira matar a tiro Ilídio Correia, em Miragaia.

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