Professora de Matemática sem curso acusada de usurpação de funções pelo Ministério Público

Docente terá dado aulas durante 30 anos sem ter qualificações para o fazer.

22 de outubro de 2025 às 19:02
'Falsa' docente terá falsificado certificados de habilitação, apesar de ter reprovado a várias cadeiras do curso Foto: Pixabay
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O Ministério Público (MP) resolveu acusar de usurpação de funções a professora de Matemática da Margem Sul que, durante 30 anos, terá dado aulas sem ter habilitações para tal.

A notícia avançada pelo jornal Público refere que a acusação foi dada à estampa pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Almada no passado dia 9 de outubro, um mês depois de ter sido reimpresso um manual de 12º ano da disciplina co-autorado por Paula Pinto Pereira, de 62 anos.

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O processo, movido contra a 'falsa' professora pelo Ministério da Educação, acusa-a de ter apresentado certificados de habilitação falsos, que usou para dar aulas em escolas da Margem Sul, no Barreiro e na Caparica, isto apesar de ter reprovado a várias cadeiras do curso que frequentou, na Universidade de Coimbra.

A tutela exigia ainda 350 mil euros de indemnização a Paula Pinto Pereira, correspondentes a salários recebidos ao longo dos anos, mas esta pretensão caiu em março deste ano, quando o Supremo Tribunal Administrativo decidiu que a suposta docente não teria de devolver qualquer montante.

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A mulher nega as acusações, diz ter as qualificações para lecionar e inclusive um mestrado concluído na Universidade da Madeira, com tese defendida em Cambridge, e justifica a aprente burla com desorganização administrativa dos estabelecimentos de ensino.

A Porto Editora, responsável pela edição do livro recentemente reeditado, afirma que a relação profissional com a  terminou em 2017 e que o manual em questão foi escrito em colaboração com dois outros autores e sujeito a revisão científica, garantindo assim o seu rigor. Outros manuais assinados por Paula Pinto Pereira também continuam à venda.

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