Queixas dos utentes do SNS duplicam no Algarve
Foram registadas 5595 queixas dos utentes em 2017, contra as 2762 no ano anterior.
As queixas dos utentes do Centro Hospitalar e Universitário do Algarve e dos centros de saúde da região mais que duplicaram em 2017 em comparação com o ano anterior. Estes dados, aliados à "permanente rutura de stocks, medicamentos e material clínico", bem como aos extensos tempos de espera para consultas de especialidade, têm criado "uma hemorragia de Saúde no Algarve que não estanca e agrava-se", considera o deputado Cristóvão Norte.
Em 2017 foram registadas 5595 queixas dos utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) na região, número muito superior às 2762 de 2016, e que representa mais de oito por cento das queixas a nível nacional, segundo dados dos Sistema de Gestão de Reclamações - os dados de 2018 ainda não saíram. O hospital de Faro situa-se em segundo lugar no número de queixas, a nível nacional, atrás apenas do Amadora-Sintra. Já entre os centros de saúde, o destaque, pela negativa, vai para o de Portimão, que encabeça a lista.
"As queixas dos utentes cresceram 19% no País e 103% na região. São indicadores de que não há memória", garante o social-democrata, que apresentou estes dados num debate de urgência sobre o setor da Saúde, na Assembleia da República.
A estes números junta-se o longo tempo médio que os utentes esperam por uma consulta de especialidade. Por exemplo, em Ortopedia, chegam a esperar 1030 dias e em Urologia o tempo chega aos 1063 dias no hospital de Faro, segundo dados oficiais do portal do SNS. "Cada vez mais, no Algarve, as pessoas estão horas, meses e anos nas listas de espera que engrossam, sem solução. O Governo tem de fazer desta região uma prioridade na Saúde", realçou Cristóvão Norte.
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