Quinta do Conde quer um lar com lotação para 100 idosos

A população da Quinta do Conde, no concelho de Sesimbra, reclama desde 1982 a construção de um lar de idosos na freguesia. Para João Valente, presidente do centro comunitário local, a construção da unidade será uma forma de minimizar a proliferação de lares ilegais. "No último levantamento realizado foram detetadas 20 casas nestas condições", referiu.

Para a concretização do projeto, a direção da Instituição Particular de Solidariedade Social realizou uma petição, que foi subscrita por mais de quatro mil pessoas que, explicou João Valente, "reuniu o apoio de todos os grupos parlamentares". A petição, que recomenda ao Governo a construção do lar foi, entretanto, aprovada no Parlamento, com os votos favoráveis do PS, PCP, BE e PEV e a abstenção do PSD e CDS.

O equipamento que o Centro Comunitário da Quinta do Conde pretende construir visa dotar a freguesia de um espaço com capacidade para 100 pessoas, com 40 quartos e um centro de dia. O investimento está na ordem dos 1,7 milhões de euros, possuindo a instituição um terreno cedido pela autarquia para a concretização do lar.

João Valente sublinha que "vivem 30 mil pessoas na freguesia da Quinta do Conde, das quais quatro mil com mais de 65 anos". O responsável acrescenta que, na área, não existe uma resposta social de apoio à terceira idade, uma faixa da população que está a crescer, vivendo muitos em casa dos filhos. "A solução mais próxima é em Sesimbra", a cerca de 20 quilómetros. "Os lares privados são muito caros e para além disso há vários em situações ilegais".

Desde 1982 que o lar é desejado na freguesia. "Foram, entretanto, criados três projetos para a construção do lar para a terceira idade mas foram todos negados pela Segurança Social", explica João Valente.