Reclusos instalam redes da cadeia
Detidos trabalham com acesso a ferramentas. Alerta para fugas.
A instalação de redes de segurança e do sistema de videovigilância da cadeia de Caxias – de onde três presos fugiram em fevereiro após cortarem a grade da cela e atravessarem o pátio da prisão – está a ser feita por reclusos. Os detidos têm livre acesso a ferramentas e, de acordo com o sindicato dos guardas prisionais, há falta de efetivos para vigiar os detidos.
Segundo o CM apurou, estão emcurso obras de instalação e reforço de algumas barreiras de segurança. Em fase de conclusão, está a empreitada de instalação de um sistema de câmaras de videovigilância, realizada também por mão de obra composta por reclusos.
Para Jorge Alves, presidente do Sindicato Nacional da Guarda Prisional, esta é uma situação preocupante. "O ideal seria haver pelo menos um guarda a vigiar os reclusos a trabalhar. Isso nem sempre acontece, ou seja, os reclusos só não fogem mais porque não querem", alerta.
Os Serviços Prisionais garantem que os detidos tiveram a devida vigilância de guardas prisionais em todos os trabalhos, quer durante os períodos de atividade, quer na entrega e recolha de ferramentas. No entanto, a mesma fonte admite que, pelo menos numa ocasião, "duas ferramentas foram encontradas no recreio, e só mais tarde recolhidas".
Fonte oficial dos Serviços Prisionais adiantou que os detidos escolhidos para estas obras "estão a ser devidamente remunerados". "Trata-se de uma obra da responsabilidade de uma empresa contratada por concurso público", explica a mesma fonte.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt