Relatório arrasa socorro no túnel
Combate a fogo em autocarro só 36 minutos depois do alerta.
A Infraestruturas de Portugal (IP) indicou que o plano de emergência do Túnel do Marão - entre Amarante e Vila Real - "garantiu a eficácia no socorro", no incêndio num autocarro, a 11 de junho do ano passado, mas o relatório do inquérito da Proteção Civil é arrasador. Refere um "significativo hiato temporal" de 36 minutos entre o alerta e o início do combate ao fogo. E indica que é "indispensável rever os procedimentos" para "garantir a mais célere resposta dos meios".
O documento refere que o início da ocorrência foi às 20h30, os meios chegaram às 20h57 e o combate iniciou-se às 21h06 (36 minutos após o alerta). As chamas no autocarro foram extintas em "dois minutos e 36 segundos". No entanto, a IP, no dia a seguir ao incêndio, referia outras horas: alerta de fumo às 20h29, entrada do primeiro veículo de bombeiros às 20h55 (26 minutos depois) e extinção total às 22h00, sem referência ao início do combate ao fogo.
O relatório considera que o posto de controlo, junto à saída de Amarante, deveria ser reaberto para fazer a articulação operacional, assistência, intervenção e apoio. A IP indicou este sábado que "irá analisar" as recomendações e "implementar as medidas determinadas".
Rui Santos, edil de Vila Real, fala em "contradição gritante", entre o documento e as garantias da IP. Luís Ramos (PSD) diz suspeitar que o túnel abriu, em 2016, sem segurança garantida.
Os passageiros do autocarro da Rodonorte, que perderam os bens no fogo, só foram indemnizados no Natal.
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