Hacker Rui Pinto fica em prisão preventiva
Advogado do pirata informático vai recorrer da medida aplicada pelo Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa.
O alegado pirata informático, de 30 anos, chegou ao Campus de Justiça, pelas 15h30, numa viatura descaracterizada, depois de ter pernoitado no estabelecimento prisional anexo ao edifício da PJ.
À chegada ao tribunal, o advogado de Rui Pinto, Francisco Teixeira da Mota, recusou prestar informações aos jornalistas sobre o processo, mas reafirmou que o seu cliente teme ser julgado em Portugal. "É verdade, ele declarou isso, é verdade", disse o advogado.
Questionado sobre a possibilidade de as medidas de coação serem hoje conhecidas, Teixeira da Mota jogou à defesa: "Não vou dar opinião, depende de como correr" a audição, observou o advogado.
Caberá ao tribunal determinar a medida de coação a aplicar, que poderá ir do termo de identidade e residência à medida mais gravosa prevista na lei, a prisão preventiva.
O arguido foi entregue às autoridades portuguesas na quinta-feira e viajou de imediato para Lisboa, depois de ter estado em prisão domiciliária em Budapeste, com base num mandado de detenção europeu emitido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).
Na base do mandado estão acessos ilegais aos sistemas informáticos do Sporting e do fundo de investimento Doyen Sports e posterior divulgação de documentos confidenciais, como contratos de futebolistas do clube lisboeta e do então treinador Jorge Jesus, além de outros contratos celebrados entre a Doyen e vários clubes de futebol.
Rui Pinto está indiciado de seis crimes: dois de acesso ilegítimo, dois de violação de segredo, um de ofensa a pessoa coletiva e outro de extorsão na forma tentada.
A extradição para Portugal foi decretada pelo Tribunal Metropolitano de Budapeste, a 5 de março, e confirmada em segunda instância, após recurso de Rui Pinto, que tinha ficado em prisão domiciliária em 18 de janeiro, na capital húngara.
O colaborador do Football Leaks terá entrado, em setembro de 2015, no sistema informático da Doyen Sports, com sede em Malta, e é também suspeito de aceder ao endereço de correio eletrónico de membros do Conselho de Administração e do departamento jurídico do Sporting e, consequentemente, ao sistema informático da SAD 'leonina'.
Advogado de Rui Pinto vai recorrer da prisão preventiva
O advogado do português Rui Pinto, colaborador do 'Football Leaks', vai recorrer da medida de prisão preventiva aplicada ao seu cliente pelo Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa.
"Naturalmente vamos recorrer. Pensamos que não havia razões para isto", declarou aos jornalistas Francisco Teixeira da Mota, advogado de Rui Pinto, que considerou "exagerada" a medida de coação e informou que o seu constituinte vai permanecer detido nas instalações da Polícia Judiciária.
A juiza de instrução criminal Maria Antónia Andrade aplicou a medida de coação mais gravosa prevista na lei ao arguido, de 30 anos, por considerar existir o perigo concreto de continuação de atividade criminosa, perturbação do inquérito e perigo de fuga.
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