"Se estivesse comigo ainda estava vivo"
Sandra Bem diz que filho estaria vivo se estivesse em casa.
Entre lágrimas e gritos de revolta, Sandra Bem, de 40 anos, a residir em Peniche, recorda a breve vida do filho, Tiago, de 15 anos, morto à pancada em Chaves. Tiago e os quatro irmãos foram-lhe retirados há cinco anos e colocados em instituições. Sandra Bem conta que foi o desespero que a levou, na altura, a tentar o suicídio. Ficou sem os filhos. "Pedi que mos devolvessem porque fui ficando melhor. Pedi ao tribunal, através da assistente social, que mos deixassem ficar, nem que fosse por seis meses, para experimentar", conta. Não deixaram. "Se o tivessem feito, o meu filho hoje estaria vivo", diz.
Tiago Conchacha passou as férias de verão com a família, em Peniche. Regressou à Escola de Artes e Ofícios de Chaves, onde estava institucionalizado, mas desapareceu a partir da terceira semana de agosto.
O corpo de Tiago viria a ser encontrado queimado e enterrado numa moradia de Chaves, em novembro de 2015. O resgate do cadáver e a identificação foi dificultada pelo estado de decomposição. Os dois suspeitos do homicídio, Miguel Brito e Patrícia Mendes, já estão em prisão preventiva.
A mãe de Tiago diz ter ouvido o filho a falar de um rapaz – o menor de 15 anos que ajudou a ocultar o cadáver – na altura das férias. "Contou-me que tinha problemas com esse rapaz por causa da namorada", conta. Percebeu que algo de errado se passava quando o filho deixou de a contactar: "Falávamos ao telemóvel e no Facebook muitas vezes."A mulher quer agora tirar o filho de 10 anos que ainda está na instituição de Chaves.
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