Sedutor burlão insultado
O falso piloto de aviões que terá burlado dezenas de mulheres, seduzidas nas redes sociais da internet, começou ontem a ser julgado em Tomar por furto e abuso de confiança. Este processo, em que está acusado de ter desviado 2500 euros, uma mala de viagem e um computador a uma mulher, naquela cidade, com quem teve uma relação de uma semana, corre à margem de outro em que o Ministério Público reuniu a maioria das queixas contra José Perestrelo Nogueira.<br/><br/>
O burlão, 56 anos, foi detido pela Judiciária em Linda-a-Velha, Oeiras, a 13 de Dezembro de 2011 – à ordem de um inquérito que corre em Benavente. Está na cadeia desde então. Mesmo assim, várias vítimas e respectivos familiares fizeram questão de assistir ontem à sessão de julgamento em Tomar, onde voltaram a ver o homem que lhes destruiu as vidas – e insultaram-no à saída do tribunal, de volta à prisão.
No processo de maior dimensão, Perestrelo Nogueira é suspeito de ter burlado e roubado milhares de euros e bens a seis mulheres de Lisboa, Oeiras, Benavente, Chamusca e Almeirim, mas há mais inquéritos policiais a correr por todo o País.
As lesadas são mulheres de meia-idade, com dinheiro e estatuto social, na sua maioria divorciadas e carentes afectivamente, que o arguido estudava ao pormenor após os primeiros contactos através da net, no Facebook ou no Clube da Amizade.
Perito no uso da palavra, Perestrelo Nogueira fingiu-se comandante da aviação comercial, piloto da Força Aérea e até engenheiro aeronáutico, apresentando-se às suas vítimas como sendo descendente de famílias brasonadas e amigo íntimo de figuras da política, do desporto e justiça.
Fingia levar uma vida de luxo, exibia documentos falsos e levava até fardas de piloto para casa das mulheres com quem ia residir, para dar credibilidade ao esquema montado. Depois, burlava-as.
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