Segurança acusado de agressão em bar de Gaia negou em tribunal qualquer envolvimento

Arguido, o único que quebrou o silêncio, sublinhou que deixou de exercer funções de segurança naquele local em 15 de outubro de 2023.

02 de outubro de 2025 às 15:23
Tribunal de Vila Nova de Gaia Foto: Maria João Marques
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Um dos três seguranças acusados de agredirem a murro e a pontapé vários clientes de um espaço de diversão noturno em Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, negou esta quinta-feira em tribunal qualquer envolvimento nas agressões.

"Nunca agredi clientes ou funcionários naquele estabelecimento", declarou no arranque do julgamento onde responde por cinco crimes de ofensas à integridade física.

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O arguido, o único que quebrou o silêncio, sublinhou que deixou de exercer funções de segurança naquele local em 15 de outubro de 2023.

Os arguidos, de 32, 34 e 48 anos, residentes em Esmoriz, Penafiel e Porto, foram detidos em 09 de janeiro pela PSP, no âmbito de uma investigação de seis meses que os indiciou por vários crimes de ofensas à integridade física ocorridos entre junho de 2023 e março de 2024.

Dois dos três arguidos respondem por cinco crimes de ofensas à integridade física, encontrando-se em liberdade com termo de identidade e residência.

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Já o outro arguido, que se encontra em prisão preventiva, está acusado de 15 crimes de ofensas à integridade física.

Segundo a acusação, durante nove meses, os três seguranças, com a ajuda de outros colegas não identificados, agrediram a murro e a pontapé mais de uma dezena de clientes de um espaço de diversão noturno de Vila Nova de Gaia.

Na primeira audiência do julgamento, uma das clientes alegadamente agredidas, e que se constituiu assistente no processo, contou em tribunal que foi alvo de agressões físicas por parte de vários seguranças, entre os quais dois dos arguidos.

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A testemunha que se encontrava naquele estabelecimento com mais quatro familiares - todos eles alegadamente alvo de agressões - relatou que um desentendimento entre seu sobrinho e um músico motivou a intervenção de dois seguranças para expulsar o grupo, situação que escalou quando a irmã e o cunhado se recusaram a sair, acabando alegadamente agredidos a murro e pontapé. A própria também terá levado um soco no rosto, tendo caiu e fraturado pé, precisando de cirurgia e seis meses de recuperação.

Outra testemunha, frequentador habitual do bar, relatou ter sido agredido por seguranças, fardados, a 50 metros da saída do estabelecimento, após uma discussão.

A testemunha conta que, depois de ser revistado à entrada, e após se envolver numa discussão com outro cliente, foi abordado por um segurança e acabou por ir embora. Mais à frente, três seguranças, incluindo dois dos arguidos, vieram a correr atrás de si e do seu irmão que o acompanhava.

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"Não conversaram, partiram de imediato para agressão", relatou.

Confrontado pelos advogados de defesa, a testemunha reconheceu não conseguir dizer quem dos três seguranças é que efetivamente o agrediu, bem como, ao seu irmão que "trocou soco", com um dos intervenientes.

Nenhuma das testemunhas ouvidas esta manhã identificou o arguido que, no arranque da audiência, negou qualquer envolvimento nas agressões.

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