Seguro acusa cliente de simular assalto

Em Março de 2008, José Maria Gonçalves terá sido vítima de assalto à sua própria casa, em Celorico de Basto. No total, o prejuízo rondava os 20 mil euros. Apresentou queixa na PSP, mas o inquérito foi arquivado por falta de provas. José Gonçalves accionou o seguro de recheio de habitação, mas acabou como arguido num processo movido pela seguradora Generali: a companhia acusou-o de ter simulado o assalto. Mais de três anos depois, foi absolvido.

01 de novembro de 2011 às 01:00
CELORICO DE BASTO, SEGURADORA, ASSALTO, CLIENTE, SIMULAÇÃO Foto: Miguel Pereira da Silva
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Nos primeiros dias após o assalto, José Maria Gonçalves, a mulher e o filho foram ajudados pelos vizinhos, que emprestaram bancos e colchões. No prédio, ninguém viu nem ouviu nada, o que não contribuiu para se apurar o que teria acontecido. Soube-se apenas que foram furtados todos os móveis da casa e vários electrodomésticos.

Desde que foi feita a participação do assalto, a companhia de seguros colocou entraves à resolução do problema. Após várias diligências na habitação, a seguradora concluiu que o furto não existiu. O processo, resultante da queixa feita pela companhia de seguros contra José Gonçalves, decorreu no Tribunal de Valongo. O arguido foi acusado de burla qualificada, na forma tentada, e de simulação de crime, na forma consumada. A Generali acusou o homem de ter elaborado um plano para receber os cerca de 20 mil euros, indevidamente.

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No entanto, a defesa do réu acredita que a Generali agiu de má-fé, na tentativa de escapar às responsabilidades. José Maria, que não tem qualquer antecedente criminal, ainda não conseguiu repor a totalidade dos bens que lhe foram furtados, mais de três anos após o assalto. Enquanto o processo decorreu, o homem esteve sujeito ao termo de identidade e residência, mas acabou por ser absolvido.

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