Seis amigos que morreram carbonizados em Lisboa vinham de concerto de Matias Damásio

Morte de seis amigos em despiste vem agravar tendência preocupante. Estudo da Prevenção Rodoviária Portuguesa demonstra necessidade de políticas direcionadas a condutores com menos de 24 anos.

01 de dezembro de 2025 às 19:40
Bruno Balsa Foto: Direitos Reservados
Daniela Morais Foto: Direitos Reservados
Flora Moreira Foto: Direitos Reservados
Luís Garrido Foto: Direitos Reservados
Nelson Ferreira Foto: Direitos Reservados
Tomásia Moreira Foto: Direitos Reservados
BMW ficou totalmente carbonizado após embate contra pilar Foto: Direitos Reservados

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O acidente que vitimou Bruno Balça, Luís Garrido, Nelson Ferreira, Daniela Morais e as irmãs Tomásia e Flora Moreira, pelas 03h40 de domingo, preenche todos os critérios analisados por um estudo da Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP). O despiste está ainda a ser investigado pela PSP, mas tudo indica que velocidade excessiva após uma noite de festa esteja na origem do despiste fatal. Os seis amigos, com idades entre os 19 e os 21 anos, vinham de um concerto do popular cantor angolano Matias Damásio, no Parque das Nações, de acordo com informações divulgadas por amigos e familiares.

A morte de seis jovens na madrugada de domingo em Lisboa veio reforçar a estatística: os acidentes de viação continuam a ser a principal causa de morte violenta entre jovens em Portugal. Em média, morrem 70 jovens entre os 15 e os 24 anos todos os anos nas estradas portuguesas. Aliás, a tendência é de subida: em 2023 foram 82 os óbitos de jovens em acidentes, o valor mais alto desde 2013 (só em 2019 o valor foi igual), de acordo com dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR).

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Um estudo da PRP divulgado no último verão demonstra que “para jovens entre os 18 e 24 anos o risco de morte em acidentes rodoviários é 30% superior ao do resto da população”. “Esta sobrerrepresentação torna-se ainda mais evidente quando analisamos que, em 2012, os jovens constituíam apenas 8% da população mas representaram 15% do total de vítimas de acidentes rodoviários”, adianta a PRP.

O mesmo estudo demonstra que “os acidentes ao fim de semana são responsáveis por 40% das mortes e feridos graves que vitimam condutores jovens, uma proporção significativamente superior aos 34% observados nos restantes grupos etários”. “Particularmente preocupante é o facto de cerca de um terço dos acidentes mortais ou com feridos graves em jovens condutores ocorrer entre a meia-noite e as 8h da manhã, comparado com apenas 17% no resto da população. Este padrão sugere a necessidade de campanhas específicas dirigidas aos comportamentos de risco durante a noite e fins de semana.”

Embaixadora:  "Momento de dor"

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A embaixadora de Angola em Portugal, Maria de Jesus Ferreira, lamentou as seis mortes em Lisboa, assinalando que se tratavam de “jovens com um futuro risonho à sua frente” e dos quais o país “muito esperava”. “Que as famílias enlutadas encontrem a força necessária para ultrapassar este momento de enorme dor”, apelou.

Homenagens no local

Amigos das vítimas deslocaram-se ainda na noite de domingo e durante o dia desta segunda-feira ao local do acidente para deixar flores em memória dos jovens mortos.

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Moradores fazem petições

Nos últimos anos, moradores da avenida da Forças Armadas, Entrecampos e avenida dos EUA entregaram várias petições à autarquia a apelar por mudanças na via – três faixas em em cada sentido – e a colocação de radares.

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