Sete em julgamento por tráfico de tabaco
Cinco britânicos e dois portugueses começaram ontem a ser julgados, no Tribunal de Albufeira, pelos crimes de associação criminosa e contrabando de tabaco. Este vinha de Gibraltar e destinava-se ao Reino Unido, num esquema milionário de fuga ao fisco. <br/><br/>
O processo resultou de uma investigação de nove meses do Destacamento de Acção Fiscal (DAF) de Faro da GNR, que culminou, em 4 de Setembro de 2009, com a ‘Operação Rochedo’, no âmbito da qual foram apreendidos, em buscas em Loulé e Albufeira, 209 740 cigarros de marcas como Benson & Hedges, Lambert & Butler e Silk Cut, 1160 onças (mais de 50 kg) de tabaco de enrolar, carros e dinheiro.
No âmbito do inquérito o DAF tinha já realizado outras apreensões, pelo que, no total, o Ministério Público pede uma indemnização de 71 094,65 euros para o Estado português.
De acordo com a Acusação, John MacFarlane, segurança, de 45 anos, e Stephen Fairclough, empresário hoteleiro, de 52 anos, ambos britânicos, chefiavam a rede. O primeiro era quem comprava o tabaco em Gibraltar e o transportava até ao Algarve. Grande parte ia para o Reino Unido, sendo o resto vendido na região (ver apoio). Os demais arguidos eram "auxiliares de confiança" e todos trabalhavam "de forma coordenada e sob decisão comum", refere o MP.
REDE ENVIAVA CIGARROS PARA O REINO UNIDO
De acordo com o Ministério Público, os arguidos John MacFarlane e Stephen Fairclough acordaram, em "data não posterior a Outubro de 2007, uma parceria tendente à importação de tabaco de Gibraltar e à sua exportação para o Reino Unido, sem declararem as importações ao Fisco do Estado Português ou da Coroa Britânica". Sendo Gibraltar uma zona franca, o esquema permitiria "lucros elevados" aos arguidos. Recorde-se que em Portugal os impostos especiais sobre o tabaco são muito elevados e no Reino Unido são cerca do triplo.
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