Sindicato de guardas pede demissão do diretor de segurança das cadeias

A Associação Sindical do Corpo da Guarda Prisional (ASCGP) pede a demissão do subintendente da PSP Carlos Lourenço, diretor de serviços de segurança das cadeias nacionais, considerando-o culpado pela evasão de dois reclusos da cadeia de Alcoentre.

Jorge Alves, presidente da ASCGP, acusa Carlos Lourenço de "inação no âmbito das suas competências". "A única medida que este senhor tomou foi a de retirar guardas da vigilância da sede da Direção-Geral dos Serviços Prisionais, no Tourel, em Lisboa, com o intuito de os colocar numa nova unidade a ser criada no Campus de Justiça, para o transporte de presos. O que sabemos é que quatro desses guardas receberam ontem, segunda-feira, ordem para se apresentar na cadeia anexa à sede da PJ", referiu o dirigente sindical.

O subintendente Carlos Lourenço, segundo Jorge Alves, "já estava no cargo quando ocorreu a evasão de cinco presos em Vale de Judeus". "A única medida que se tomou após a evasão foi colocar os guardas a correr em redor da prisão, após a fuga, sem qualquer objetivo percetível", acrescentou.

Para a ASCGP, "falta a implementação de medidas concretas de segurança nas cadeias nacionais". "Além de não resolver a falta de efetivos, o diretor dos serviços de segurança não visitou qualquer prisão, incluindo a de Alcoentre", explicou Jorge Alves. Por isso, concretiza o dirigente sindical, "apelamos à Ministra da Justiça que avalie a presença de um subintendente da PSP neste cargo, ainda para mais quando o mesmo parece só estar preocupado com a carreira". 

Recorde-se que Hélder Malheiro e Augusto Dinis, os presos da Ala B da prisão de Alcoentre que se evadiram pelas 18h30 de segunda-feira, foram recapturados pela GNR cerca de 12 horas após a fuga (pelas 06h40 de hoje). Estavam junto a um restaurante, na localidade de Espinheira, a apenas cinco quilómetros da prisão de onde fugiram. Não ofereceram resistência.