Violador em série em ala psiquiátrica de hospital
Auxiliar abusou seis utentes internadas na psiquiatria da Guarda.
Um auxiliar de ação médica do Departamento de Psiquiatria do Hospital da Guarda foi detido pela Polícia Judiciária por suspeitas de ter abusado sexualmente de seis utentes ali internadas, entre agosto e a última sexta-feira, altura em que foi denunciado pelas vítimas.
Nesse dia, apurou o CM, uma das mulheres tentou suicidar-se com o cinto de um robe. Uma enfermeira conseguiu evitar o pior, mas as outras doentes ficaram de tal forma revoltadas que começaram aos gritos a dizer que "ela ia matar-se porque foi vítimas de abusos" sexuais do auxiliar.
Os responsáveis hospitalares comunicaram as denúncias às autoridades e impediram que o suspeito iniciasse o turno da noite. A PJ começou logo aí a ouvir o corpo clínico e o suspeito, que negou os crimes de que estava a ser acusado.
Na manhã seguinte foram ouvidas cinco das seis vítimas - uma não quis falar. Contaram "ao pormenor" os abusos de que foram vítimas: desde apalpões, a terem de tomar banho na presença dele e contra a vontade das vítimas, a sexo oral e até a cópula completa.
Confrontado com os relatos, e já com um advogado, o suspeito remeteu-se ao silêncio.
Afastado de funções e longe das vítimas
O suspeito foi ontem presente a um juiz do Tribunal da Guarda para ser interrogado. Saiu em liberdade com a obrigação de se apresentar todos os dias na PSP. Ficou suspenso de funções, proibido de contactar as vítimas e obrigado a fazer tratamento psiquiátrico.
Mulheres entre 30 e 50 anos que sofrem de patologias temporárias do foro psiquiátrico As vítimas têm entre 30 e 50 anos. São pacientes com doenças não muito profundas do foro psiquiátrico e "com perfeita noção daquilo que é ter comportamento decente ou não", diz ao CM fonte próxima do processo.
"O discurso de todas foi coincidente". O suspeito começou a trabalhar na psiquiatria do hospital em agosto. O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, considera o caso "lamentável" e determinou "a abertura de procedimento disciplinar e uma investigação" para apurar o que se passou.
OUTROS CASOS
Açores
Em agosto do ano passado, um médico cubano foi detido pela Polícia Judiciária após várias denúncias de abusos sexuais por parte de pacientes que assistiu no Hospital do Divino Espírito Santo.
Viseu
Em 2011, um neurocirurgião brasileiro do Hospital de Viseu confessou ter colocado uma microcâmara no WC do serviço de Neurocirurgia para espiar enfermeiras. Foi apanhado e só admitiu os factos depois de confrontado pela PSP.
Porto
Um enfermeiro acusado de abusar sexualmente de mulheres internadas no Hospital de Santo António, no Porto, foi condenado a três anos e meio de prisão em 2014. Atacava quando as vítimas estavam sedadas.
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