Transportes públicos caros sobrelotados e desconfortáveis
Trânsito, habitação e transportes públicos são os aspetos mais negativos em Lisboa.
Viagens demoradas, preços elevados, horários inconvenientes, sobrelotação e desconforto são as principais razões invocadas pelos lisboetas para não utilizarem mais vezes os transportes públicos, revela um estudo da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, feito a pedido da câmara da capital.
Documentos
Info_TransportesPublicos.pdfSegundo o estudo, a maioria dos lisboetas inquiridos - foram ouvidos mais de 2500 moradores maiores de 15 anos - disse estar satisfeita com a qualidade de vida na cidade. Contudo, o estacionamento, o trânsito e as regras da habitação deixam a desejar. No caso dos transportes públicos, o preço é a característica avaliada de forma mais negativa, com 59,8% dos inquiridos a considerarem "muito mau" (18,4%) ou "mau" (41,4%).
Quanto à sobrelotação, 13,9% dos inquiridos consideraram "muito má" e 32,2% como "má". Cerca de 37% dos inquiridos declararam usar carro ou mota para ir para o trabalho, contra 32,6% que usam os transportes públicos (autocarro, metro, barco e elétrico). Significativa é também a percentagem dos inquiridos que só se deslocam a pé para o trabalho ou para a escola (24,4%). O uso da bicicleta, não obstante o aumento das ciclovias, é muito reduzido: apenas 0,3%.
Apesar de tudo, o estudo revela que 60,9% dos inquiridos fazem uma avaliação positiva dos transportes públicos, contra 30,8% que declararam estar pouco satisfeitos e 3,1% nada satisfeitos.
Comentando o estudo, o vice-presidente da CML, Duarte Cordeiro, admite que a habitação e os transportes precisam de mais investimentos. Note-se que no caso da Carris, a autarquia vai investir 80 milhões de euros até 2019, dos quais 61 milhões na renovação da frota de autocarros e elétricos.
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