Travessia do compasso atrai multidão a Amares
Cinco embarcações atravessam rio Homem para levar compasso pascal a dois lugares da freguesia de Fiscal.
É uma tradição que ninguém consegue precisar há quanto tempo existe, mas que se mantém até hoje. Cinco barcos, engalanados com flores, atravessam as margens do rio Homem, na freguesia de Fiscal, no concelho de Amares, para levar o compasso pascal até aos lugares de S. Bento e S. Pedro. Era assim quando não existia ponte, mas mesmo após a construção, a tradição persiste. Um legado que atravessa os limites do concelho e que leva, todos os anos, milhares de pessoas às duas margens do rio.
O compasso, que sai sempre na segunda-feira de Páscoa, voltou a cruzar as margens ontem de manhã, ao som de foguetes, das campainhas abanadas por crianças e pela música da Banda de Cabreiros.
Cinco embarcações são retiradas do fundo do rio, uma semana antes, para serem limpas e ornamentadas com flores naturais para fazerem a curta travessia. À frente, seguem o pároco da freguesia, a mordoma com a cruz de Cristo, também ela bastante florida, e todos os elementos do compasso. Nas duas barcas seguintes, a Banda de Música de Cabreiros, que nunca pára de tocar. Outra das barcaças é para o fogueteiro, e uma última para fotógrafos e convidados.
A tradição ímpar repete-se todos os anos e é apoiada pela autarquia. Manuel Moreira, presidente da Câmara de Amares, defende que se trata de uma festa única. "Temos que aproveitar as riquezas que temos e esta multidão nas margens mostra que a tradição conquistou não só a população de Amares, mas muita gente que vem de fora", referiu o autarca, que também participou no desfile de fé.
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