Três polícias acusados pelo MP já foram suspensos
PSP espera pela acusação para ponderar nova suspensão.
A PSP não sabe se poderá suspender preventivamente três dos dezoito polícias acusados pelo Ministério Público (MP) dos crimes de tortura, sequestro e ofensas à integridade física qualificadas e agravadas por motivação de ódio racial a jovens do bairro da Cova da Moura. Os agentes, do piquete da Amadora, já estiveram suspensos durante cinco meses e desconhece-se agora se poderão vir a ser retirados do serviço pelos mesmos factos.
Apesar de já ter recebido ordem da ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, para fazer cumprir o Regulamento Disciplinar (que enquadra as suspensões dos agentes acusados de crimes com penas iguais ou superiores a 3 anos), o diretor da PSP, Luís Farinha, quer esperar pela acusação, da qual a PSP ainda não terá sido notificada.
Os três agentes em causa foram suspensos de serviço no primeiro semestre de 2016, por ordem da Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI). Estes polícias integravam o grupo de oito, alvo de queixas dos jovens que, em fevereiro de 2015, se deslocaram à esquadra de Alfragide para questionarem a detenção de um amigo.
O trio viria a ser reintegrado no serviço e, quando a IGAI arquivou o inquérito, foram mesmo reembolsados dos salários cortados. Agora, acusados criminalmente pelos mesmos factos, só poderão ser suspensos, sem margem para dúvidas, "caso o MP os acuse de novos factos".
"Se isso não acontecer, tem de se reanalisar estes três processos", concluiu fonte da PSP ao CM.
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