Três polícias corruptos levam a fraude milionária

Moeda a moeda, as dezenas de máquinas de jogo ilegais instaladas em cafés iam enriquecendo um grupo que foi agora acusado pelo Ministério Público de Sintra de vários crimes graves, como corrupção e fraude fiscal.

E a atividade passou impune durante largos anos, já que os cabecilhas da rede contavam com a ajuda de um agente da PSP, de um militar da GNR e de um elemento da Autoridade Tributária, subornados para darem o alerta de possíveis fiscalizações a efetuar.

Uma fraude milionária que levou a um pedido de indemnização a favor do Estado de 1,31 milhões de euros e a liquidação de ativos na ordem de 2,19 milhões. Já no passado dia 14, foi decretado pela Justiça o arresto de bens imóveis, viaturas e contas bancárias dos arguidos, de modo a garantir o pagamento da indemnização agora pedida.

Ao todo são 19 os arguidos que vão ser julgados por associação criminosa, corrupção, exploração ilícita de jogo, fraude fiscal, burla tributária, branqueamento de capitais e tráfico de influência, entre outros crimes.

Foi a GNR que desmantelou este grupo em abril do ano passado, numa megaoperação com detenções na zona de Sintra.

Droga leva GNR a megaesquema de jogo

Foi num processo de investigação de tráfico de droga que a GNR se deparou com este esquema de jogo ilegal em cafés. Em abril passado foram cumpridos 41 mandados de busca a casas, estabelecimentos e viaturas – envolvendo 150 militares da GNR –, tendo sido apreendidos 84 mil euros, arrestadas 90 contas bancárias e apreendidos nove veículos, quatro armas de fogo, várias máquinas ilegais, droga e material informático.