Soares sofre no último adeus a Maria Barroso
Cardeal-patriarca chamou-lhe 'advogada dos pobres'.
"Sei que me ouves agora, uma vez mais, apesar da distância e do silêncio, o amor opera esse milagre." Foi com um poema de amor, escrito a 22 de fevereiro de 1962, quando detido em Aljube (Lisboa), que Mário Soares prestou o último adeus à mulher, Maria Barroso. As palavras foram lidas pelo filho, João Soares, na igreja do Campo Grande, em Lisboa, na missa de corpo presente.
Um último adeus à eterna primeira-dama marcado pela dor e emoção das muitas figuras que assistiram à cerimónia religiosa – personalidades de todos os quadrantes da vida política e social.
Amparado pelos seus familiares, Mário Soares era o espelho do sofrimento, visivelmente abatido com a partida da mulher com quem partilhou a vida durante 66 anos (desde 1949).
A missa que antecedeu o funeral, no cemitério dos Prazeres, foi presidida por D. Manuel Clemente. Na sua homilia, o cardeal-patriarca referiu-se a Maria Barroso como "advogada dos pobres".
"Teve uma luta constante pela dignidade em relação aos mais esquecidos e injustiçados", disse D. Manuel Clemente, acrescentando: "Parabéns, doutora Maria de Jesus Barroso. Muito obrigado pela sua vida."
Um agradecimento partilhado por centenas de cidadãos anónimos, que marcaram presença no funeral da ex-primeira-dama.
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