Vizinhos indignados com homicida em casa

Margarida Rolo poderá passar de prisão preventiva a domiciliária e ficar a tratar dos filhos.

23 de agosto de 2018 às 01:30
Margarida Rolo matou o marido em Abrantes Foto: Direitos Reservados
José Duarte Foto: Direitos Reservados
Moradia onde mulher matou marido em Abrantes Foto: CMTV
Moradia onde mulher matou marido em Abrantes Foto: CMTV
Moradia onde ocorreu o crime e para onde a mulher Foto: Pedro Brutt Pacheco

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A possibilidade de Margarida Rolo, 43 anos, voltar para casa, com vigilância eletrónica, na Chainça, Abrantes, depois de confessar à PJ ter assassinado o marido, José Duarte, 51, com uma faca e um martelo, na quinta-feira, está a indignar os vizinhos.

Mais do que temer a presença da arguida - os moradores descrevem o casal como "recatado", com poucas relações próximas - a principal preocupação prende-se com os dois filhos do casal, de 11 e 14 anos, que estão com a avó materna na casa onde foi o crime.

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Fernanda Pedro, moradora, discorda da decisão do tribunal do Entroncamento em permitir que a homicida regresse a casa e fique com os filhos. "Se foi ela que o matou, não estava bem da cabeça", diz. "Acho que não deve vir para casa. Mas se vier, que levem os filhos para uma instituição ou para os padrinhos", acrescenta.

Fernanda conhecia a vítima e a arguida devido a confusões na distribuição do correio. "Conhecia-o [a vítima] quando lhe ia entregar cartas, ou quando ele vinha trazê-las", conta ao CM. "Achava-o simpático e nunca os ouvi discutir, mas o que se passava dentro de casa, não sei", admite.

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Daniel Gil mora há três anos na Chainça. Nunca conheceu o casal, mas recorda-se de ver os filhos a brincar pelas ruas. "Via- -os muitas vezes a jogar à bola", descreve. Sobre a possibilidade de a arguida regressar a casa, é perentório: "Não concordo. Acho que uma pessoa que mata o marido não tem estabilidade para criar crianças."

Há 16 anos na distribuição de pão na aldeia, Fátima Vitória é eco do sentimento dos moradores sobre o caso. "O que é que [a arguida] pode fazer para educar os filhos? Olham para a mãe e pensam que é uma assassina, matou o pai", afirma.

O casal, ambos professores, terá discutido e a mulher matou o marido com brutais golpes de faca e martelo. 

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PORMENORES 

Domiciliária é possibilidade

A decisão do juiz do Entroncamento permite à arguida aguardar julgamento em casa, com os filhos, caso a habitação cumpra os devidos requisitos e a proteção de menores aprove.Arguida alegou assalto

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Quando as autoridades chegaram ao local, Margarida Rolo alegou que o casal teria sido assaltado "por dois encapuzados".Decisão esta semana

As conclusões sobre a ida para casa deverão ser conhecidas ainda esta semana. Equipas de reinserção já foram à moradia e fizeram o estudo da mulher.

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