Workshops do Careto promovem candidatura à UNESCO
Tradição quer ser Património Cultural Imaterial da Humanidade. Resultados em 2019.
'Pelo fio da lã se conhece o Careto’, assim se chamou a primeira ação, em forma de workshop, que decorreu na Casa do Careto, em Podence, Macedo de Cavaleiros, inserida no plano de salvaguarda da tradição, agora candidata a Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO. Os resultados das candidaturas vão ser conhecidos em novembro do próximo ano, na Colômbia.
A lã é o principal elemento do fato do Careto - constituído por uma manta coberta com franjas coloridas. "Hoje, [as mantas] são feitas, essencialmente, com lã sintética. Queremos sensibilizar para que esse recurso natural volte a ser usado", conta ao CM Patrícia Cordeiro, coordenadora técnica da candidatura do Entrudo Chocalheiro.
Ludovina Rocha, da Associação de Desenvolvimento da Terra Quente, parceira na iniciativa, explica porque é que a ancestralidade de trabalhar a lã está a cair em desuso: "É mais caro o processo de transformação e não tem valor comercial. Os pastores, muitas vezes, preferem deitá-la fora do que a recolher para lavar e tratar."
Gabriel Almeida é de Podence e tem 8 anos. Sentado ao tear, foi uma das crianças a aprender a técnica de enfiar os fios para fazer as franjas do fato. No Carnaval vai vestir-se pela primeira vez de Careto.
"Acho que a experiência vai ser muito boa. Agora vou dar mais valor à lã", disse. Como professor teve Luís Filipe Costa, de 33 anos. "Tinha a idade deles quando a minha mãe me ensinou. Temos de transmitir aos mais novos estes conhecimentos", referiu.
Para o ano esperam-se mais workshops, desta vez sobre as máscaras e sobre os chocalhos, que compõem o Careto.
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