A Agência Portuguesa do Ambiente vai finalmente avançar com obras de dragagem na ria de Alvor (no concelho de Portimão), reclamadas há quase uma década pela comunidade piscatória local. A areia retirada da ria será usada para reforçar a parte nascente da praia de Alvor. O investimento, de cerca de 2,5 milhões de euros, é suportado a 85% por fundos comunitários.
"As dragagens só pecam por tardias", afirma ao
CM Armando Francisco, presidente da Associação de Pescadores de Alvor, adiantando que o atual assoreamento da ria "acarreta uma situação de perigo".
Este dirigente associativo explica que as embarcações de maior dimensão já não conseguem navegar na zona "quando a maré está vazia", tendo alguns barcos "já ficado encalhados". Além da comunidade piscatória, o assoreamento do canal de navegação também causa dificuldades às embarcações marítimo-turísticas que operam na ria.
Ao que apurou o
CM junto da Agência Portuguesa do Ambiente, o concurso público para a execução da empreitada será lançado "dentro de cerca de dois meses", estando previsto o começo das dragagens "a seguir à época balnear", de forma a não causar transtornos durante a época alta do turismo.
A areia retirada da ria será aproveitada para a alimentação artificial da praia de Alvor. Esta operação de enchimento permitirá o alargamento da zona das dunas em 10 metros, enquanto o areal da praia irá crescer cerca de 25 metros. A intervenção tem como grande objetivo reduzir os riscos de erosão e aumentar a capacidade de utilização balnear da praia.