O diretor financeiro da MAN Portugal, Patrick Goetz, não vai ser julgado no caso de corrupção nos concursos para fornecimento de 23 autocarros aos Transportes Urbanos de Braga (TUB), mediante o pagamento de luvas.
A decisão foi esta quarta-feira comunicada pela juíza de instrução do Tribunal de Braga, que decidiu manter a acusação à empresa MAN Portugal - que responde por um crime de corrupção ativa em prejuízo do comércio internacional, em concurso com um crime de corrupção ativa.
Já Luís Vale, diretor do Departamento de Manutenção e Planeamento dos TUB e principal decisor nos concursos públicos para fornecimento de autocarros viu o tribunal deixar cair um dos crimes de que vinha acusado. O responsável, acusado de ter conseguido contrapartidas de 23 mil euros, tem entretanto em curso um processo para que lhe sejam devolvidos os bens arrestados.
Vítor Sousa, ex-vice-presidente da Câmara de Braga e braço-direito de Mesquita Machado na autarquia, é um dos cinco arguidos deste processo e, de acordo com o Ministério Público, terá recebido mais de 226 mil euros em contrapartidas.
A também administradora dos TUB Cândida Serapicos - que, tal como Vítor Sousa, está acusada dos crimes de corrupção passiva para ato ilícito e de administração danosa - é suspeita de ter recebido luvas de mais de 27 500 euros. Ao juiz, a antiga militante destacada do Partido Socialista, justificou a existência do dinheiro nas suas contas bancárias com a "sorte ao jogo".
Quando prestou declarações sobre o património, disse que vivia com uma pensão de cerca de 600 euros.