Há dois anos, o professor de Teatro do curso de Interpretação, Artes e Espetáculos da Escola Secundária de Albufeira foi suspenso. Era acusado de obrigar os alunos a "despir-se integralmente" e de "incentivar comportamentos homossexuais". Agora, o mesmo homem está a coordenar um projeto da ACTA (A Companhia de Teatro do Algarve), destinado a jovens da Escola Tomás Cabreira, em Faro.
O docente foi suspenso em abril de 2012, na sequência de queixas de pais de alunos do 10º ano. Os encarregados de educação acusavam o professor de obrigar os estudantes, a maioria menores, a raparem o cabelo e a representarem cenas de envolvimento homossexual, incentivando-os a beijarem-se na boca durante as aulas. Caso não o fizessem, eram ameaçados com "nota zero".
Alberto Almeida, diretor regional de Educação, confirmou ontem ao CM que os factos eram "muito graves" e constituíam "razão mais do que suficientes para preocupação". Alberto Almeida acrescentou que o docente, entretanto, saiu do ensino.
Contudo, desde 1 de outubro, o ex-professor assumiu a coordenação do projeto ‘Pegada Cultural’, promovido pela ACTA – onde é ator – em parceria com uma companhia teatral norueguesa e o Agrupamento de Escolas Tomás Cabreira, em Faro (ver apoios). O projeto, que se estende até março de 2016, inclui várias atividades, como workshops, com professores e alunos da escola.
Ao CM, a ACTA garantiu que no projeto o ator "é apenas coordenador e não professor ou formador, pelo que não tem qualquer interação com alunos". Porém, uma encarregada de educação assegurou ao CM que o coordenador do projeto "tem contacto" com o seu filho "e outros menores".