A edição de hoje
Motociclistas exigem criação de classe de portagens para motociclos e revisão do IUC.
Milhares de motociclistas, vindos de norte a sul do País, concentraram-se este domingo em Lisboa, para reclamarem um conjunto de medidas da parte do Governo.
Em marcha lenta, os motociclistas desceram a avenida da Liberdade, concentrando-se na praça dos Restauradores. Eram, segundo o Grupo Ação Motociclista, promotor do protesto, cerca de cinco mil motards. A chegada à capital foi realizada por duas colunas: uma proveniente de Norte que circulou pela autoestrada do norte (A1). E uma outra percorreu a autoestrada do sul (A2).
Em causa está a revisão dos escalões do Imposto Único de Circulação para motociclos acima dos 750 cc e com menos de 27 anos, que o movimento diz serem hoje taxados "como veículos de luxo". Os pedidos alargavam-se a mais políticas de segurança rodoviária e redução do preço dos combustíveis.
O principal motivo do protesto foi, contudo, a criação de uma classe de portagens para motociclos que represente metade do valor pago pelos automóveis. "Houve na proposta do Orçamento do Estado para 2019 a criação da classe 5 das motos. Mas à última hora a intenção de voto de alguns partidos inverteu-se e não passou", lamentou António Manuel, do Grupo Ação Motociclista.
A proposta - lembrou o representante - já deu origem a duas recomendações na Assembleia da República, em 2013 e 2018, mas acabou por ficar na gaveta. A justificação então avançada prendia-se com as dificuldades em renegociar o contrato com as concessionárias.
DEPOIMENTOS Miko Miranda - Coimbra "Também participei na manifestação de 1993"
"Fui um dos 63 mil motards que esteve debaixo de chuva, em 1993, a lutar pela mesma causa. Na altura conseguimos os rails de proteção, mas tudo o resto foi esquecido. Por isso volto a estar nesta manifestação, para lembrar que existimos."
António Costa - Águeda
"Não podemos pagar tanto IUC por uma mota nova"
"Não podemos pagar tanto Imposto Único de Circulação por uma mota nova como por uma com 20 ou 30 anos. A redução das portagens já esteve duas vezes para ser aprovada e, à última hora, acabou sempre por cair. Não pode ser."
José Amaro - Faro
"EN125 nunca foi nem será uma alternativa"
"Há vários anos que se luta pelos motociclistas. Esperamos que finalmente alguém nos oiça. Reivindicamos a abolição das portagens da Via do Infante, que são uma aberração. A EN125 nunca foi nem nunca será uma alternativa".
Manuel Faúlha- Lagoa
"Não faz sentido pagar o mesmo que um carro"
"Queremos sensibilizar os nossos governantes para reduzir o preço das portagens porque não faz sentido uma mota pagar o mesmo valor que um carro. Estamos convictos que vai haver o bom senso para reduzir os valores das portagens para 50%."
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