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Artigo exclusivo

“Nunca me vou sentir culpado desta tragédia”, diz condutor de camião envolvido em acidente numa passagem de nível da Linha do Norte

Motorista acusado de homicídio negligente pela morte de um colega que o acompanhava.

06 de maio de 2021 às 01:30

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Acidente ferroviário com vítima mortal na passagem de nível da Estrada do Peso, Santarém
Acidente ferroviário com vítima mortal na passagem de nível da Estrada do Peso, Santarém Carlos Barroso
Acidente ferroviário com vítima mortal na passagem de nível da Estrada do Peso, Santarém
Acidente ferroviário com vítima mortal na passagem de nível da Estrada do Peso, Santarém Carlos Barroso
Acidente ferroviário com vítima mortal na passagem de nível da Estrada do Peso, Santarém
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“Não me sinto culpado nem perante a justiça dos homens, nem perante a minha consciência”, afirmou Manuel Correia na primeira sessão do julgamento do acidente.

O arguido, de 69 anos, optou por não falar sobre os factos ao coletivo de juízes, mas leu uma declaração escrita onde imputa as responsabilidades às entidades que gerem a ferrovia naquele local, onde são frequentes os acidentes com comboios.

Recorde-se que Manuel Correia está acusado pelo Ministério Público por três crimes, um de homicídio negligente, referente à morte de Carlos Moita (o ajudante que seguia consigo no camião), um de ofensa à integridade física negligente, e outro de atentado à segurança de transporte por ar, água ou caminho de ferro.

“Fui eu que perdi um bom amigo, um companheiro de longa data e de muitas viagens”, acrescentou Manuel Correia, terminando a sua declaração com uma garantia: “O tribunal pode decidir como quiser, mas nunca me vou sentir culpado desta tragédia.”

Os factos remontam a novembro de 2016, quando Manuel Correia tentou atravessar a Linha do Norte ao volante de um pesado que transportava uma retroescavadora.

Segundo o Ministério Público, que atribui as responsabilidades do acidente à condução desleixada do arguido, os sinais sonoros já avisavam da aproximação de um comboio e o camião ficou atravessado na linha quando as barreiras de proteção desceram. No sentido Lisboa–Tomar, circulava dentro dos limites de velocidade um comboio regional que não conseguiu evitar o embate e acabou por descarrilar.

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