Objetivo é "tentar apurar internamente" o que se passou, de forma a "avaliar a conduta dos gestores".
O Novo Banco decidiu avançar com uma auditoria interna à conduta dos gestores e ex-gestores na sequência da operação Cartão vermelho, que tem Luís Filipe Vieira como arguido, disse à Lusa fonte oficial da instituição financeira.
"O Novo Banco avançou logo com um pedido de auditoria interna face ao que foi adiantado pelo Ministério Público", disse hoje fonte oficial do Novo Banco à Lusa.
De acordo com a mesma fonte, o objetivo é "tentar apurar internamente" o que se passou, de forma a "avaliar a conduta dos gestores" face ao descrito na operação Cartão vermelho.
O Novo Banco confirmou ainda ter sido alvo de buscas na passada quarta-feira, dia 07 de julho, envolvendo vários departamentos do banco, e que "alguns colaboradores do banco foram visados" nas buscas.
Na operação Cartão vermelho, Luís Filipe Vieira está indiciado por abuso de confiança, burla qualificada, falsificação de documentos, branqueamento de capitais, fraude fiscal e abuso de informação e encontra-se em detenção domiciliária até ao pagamento de uma caução de três milhões de euros.
O Ministério Público calcula que a atividade da Imosteps, empresa de Luís Filipe Vieira, presidente da Promovalor e do Benfica, causou perdas de 45,6 milhões de euros ao Novo Banco entre 2017 e 2019, compensadas depois pelo Fundo de Resolução.
Segundo o MP, Luís Filipe Vieira queria comprar a dívida da Imosteps, de forma a eliminar as garantias pessoais que lhe estavam associadas.
Porém, essa compra não podia ser feita diretamente por Vieira ou por partes relacionadas, facto para o qual o ex-administrador do Novo Banco Vítor Fernandes o terá advertido, de acordo com um documento sobre a operação Cartão vermelho a que a Lusa teve acesso.
"Sabendo que o Novo Banco queria fechar a venda dos créditos "Projeto Nata II" até ao final de junho e, tendo sido informado por Vítor Fernandes sobre a inclusão da dívida da Imosteps na Nata II e qual a melhor forma de conseguir retirar a mesma, os arguidos Luís Filipe Vieira e Tiago Vieira decidiram então engendrar um esquema que lhes permitisse apresentar uma proposta escrita", lê-se no documento.
Os arguidos pretendiam "fazer crer ao Fundo de Resolução que existira concorrência", e estavam "cientes e avisados por Vítor Fernandes de que Luís Filipe Vieira não poderia aparecer relacionado com a proposta a apresentar, sob pena de não ser aprovada pelo Fundo de Resolução".
O MP está convencido que Tiago Vieira iniciou diligências junto de fundos internacionais que habitualmente compram crédito malparado (no caso a Bain e a Davidson Kempner), num processo que também incluiu o administrador da SAD do Benfica Miguel Ângelo Moreira, manifestando o interesse na compra da dívida.
Mal foi efetuada a venda da carteira Nata II, Luís Filipe Vieira deu instruções para a aquisição da dívida à compradora Davidson Kempner, que se veio a fazer por nove milhões de euros, com recurso a fundos de José António dos Santos, através de um fundo denominado Fundo Portugal Reestructuring Fund FCR.
O documento do MP refere que Vieira acabou por vender por um euro a Imosteps ao fundo, "acertando desta forma a dívida da Imosteps no valor de 54,3 milhões de euros, que anteriormente se encontrava avalizada por si através de cinco livranças, que lhe foram devolvidas, conseguindo fazer cessar essa sua garantia pessoal".
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