A acusação considera os arguidos Alexandr Panasenko, 27 anos, e Alexandr Talko, 18, autores de um crime de elevada violência e sublinhou que nunca manifestaram arrependimento. A defesa, oficiosa, limitou-se a pedir justiça, depois de os ucranianos terem sistematicamente negado a autoria do homicídio do taxista, apesar das dificuldades em contrariar os argumentos da acusação, resultantes das investigações da Polícia Judiciária e dos depoimentos de três compatriotas.
Jorge Rebelo, residente em Gondomar, 24 anos, casado e pai de um filho de 4, foi assassinado na madrugada de 16 de Maio. Dois ucranianos solicitaram o serviço do seu táxi para se transportarem da estação ferroviária de S. Bento, no Porto, até Amares, por um valor entre 45 e 50 euros. A viagem acabou no entanto na cidade de Braga.
Segundo a acusação, Alex Panasenko, sentado ao lado do motorista, esmurrou ‘Joca’ e depois partiu-lhe o pescoço, enquanto Talko consumou a morte asfixiando o taxista com o cinto de segurança.
O Ministério Público refere que os ucranianos meteram o corpo na mala do táxi e puseram-se em fuga para Lisboa e Nisa, após roubarem 30 euros, uma pulseira de ouro, um telemóvel, uma máquina fotográfica e um auto-rádio, objectos que terão tentado vender. Impressões impressões digitais no táxi e diversos testemunhos parece tornarem difícil a defesa dos imigrantes de Leste.
Ao rubro
EMOÇÕES
A mãe da vítima gritou "assassinos" no julgamento. O pai chorou como uma criança, quando viu os acusados. Numa segunda entrada, o homem voltou a não conter-se e, depois de dispensado, foi entregar uma foto do neto ao juiz.
PROTESTOS
Os taxistas estiveram em peso e aproveitaram para reclamar a regulamentação de novas medidas de segurança para o sector. Devido ao barulho, acabaram por ter de abandonar o interior do Palácio da Justiça. No exterior empunhavam cartazes e gritaram "Não há justiça em Portugal".
Ver comentários